Países lusófonos apostam numa saúde integrada para responder a desafios

Os países africanos de língua portuguesa apostam na integração dos serviços para responder aos desafios na área da saúde, como o aumento das doenças crónicas, mas deparam-se com dificuldades ao nível informático e digital, fundamentais para esta resposta.

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Lusa
15/05/2025 14:16 ‧ há 6 horas por Lusa

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Saúde

A ideia foi transmitida por representantes de Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, que hoje participaram numa mesa redonda no âmbito da primeira cimeira de integração de cuidados da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre em Lisboa.

 

Neste painel participaram ainda representantes do Brasil e de Portugal.

Helga dos Reis Freitas, diretora nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde de Angola, reconheceu a importância da integração dos serviços de saúde, mas identificou algumas dificuldades, a começar pelo crescimento populacional, que aumenta a um nível de 3,3% ao ano, com 60% da população jovem.

O país africano vive um período de transição epidemiológica, com as doenças não transmissíveis e aumentarem, enquanto prevalecem alguns problemas antigos relacionados com as doenças transmissíveis.

A diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, respiratórias e o cancro são algumas das patologias crónicas que mais respostas vão exigindo ao país em matéria de cuidados de saúde.

O mesmo acontece em Cabo Verde, um país para o qual a integração dos serviços se torna especialmente desafiante, por ser um arquipélago, conforme disse Maria da Luz Tavares Mendonça, presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública cabo-verdiano.

A telemedicina tem sido uma ferramenta "muito importante" nesse desígnio de "não deixar ninguém para trás, nenhuma ilha para trás", disse.

Ainda a nível dos desafios, referiu a esperança de vida em Cabo Verde, que se situa nos 74 anos, e a informatização dos serviços, que é fundamental, mas ainda apresenta "lacunas estruturantes".

O ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe, Celso Matos, afirmou que o país tenta "reverter o distanciamento entre os vários serviços: Saúde pública, cuidados de saúde primários e hospitalares".

"Ainda não temos um serviço informatizado, que é de importância capital, e estamos agora a implementar a digitalização dos recursos, que se encontra numa fase embrionária", prosseguiu.

Cabo Verde e São Tomé e Príncipe são países de desenvolvimento médio, enquanto Angola tem um nível de desenvolvimento baixo. A classificação dos dois primeiros acaba por dificultar o seu acesso a financiamentos, conforme ambos os representantes indicaram.

"Podemos ser penalizados pelo nosso sucesso, pois os apoios diminuíram", afirmou o ministro da Saúde são-tomense, referindo que, com a diminuição dos apoios, os avanços podem desacelerar.

Em relação ao Brasil, e em oposição aos outros países, um dos problemas apontados foi a sua grande dimensão, como disse Monica Seidi, representante do Ministério da Saúde brasileiro.

Além da "grande extensão" do território, a diversidade cultural e o elevado número de etnias indígenas, com as respetivas línguas, também são aspetos desafiantes para a integração dos serviços neste país de língua portuguesa.

Álvaro Almeida, diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) português, sublinhou a importância que a informatização e a digitalização têm na integração de cuidados e congratulou-se com o facto de todos os participantes falarem a mesma língua como facilitador do processo.

E reconheceu que, em Portugal, é longo o processo que conduzirá a uma verdadeira integração dos processos, uma vez que a integração organizacional já é uma realidade.

A primeira Cimeira de Integração de Cuidados da CPLP está integrada na 25ª Conferência Internacional sobre Cuidados Integrados, que decorre em Lisboa, organizada pela Associação Portuguesa de Cuidados Integrados.

Leia Também: Macau prepara moeda digital para comércio entre China e países lusófonos

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