O presidente do Brasil, Lula da Silva, juntamente com a sua mulher, Janja, encontra-se em Montevidéu, no Uruguai, para a despedida do ex-presidente José Pepe Mujica que morreu, na terça-feira, aos 89 anos.
"Eu e a Janja estamos no Palácio Legislativo de Montevidéu, onde participamos da despedida do povo uruguaio - e de toda a América Latina - ao nosso querido José Pepe Mujica", escreveu Lula da Silva no seu perfil da rede social X (antigo Twitter).
E continuou: "Que a coragem, a simplicidade e o amor que marcaram a sua vida sigam nos ajudando a trilhar o caminho que ele escolheu: o da luta por um mundo mais justo. E que o conforto chegue aos corações de sua amada, Lucía Topolansky, e de seu amigo e agora presidente do Uruguai, Yamandú Orsi.
Note-se que a vida de José Mujica foi dedicada ao ativismo, culminando num mandato presidencial de cinco anos marcado pela austeridade a que se impôs e por mensagens de solidariedade muito distantes da grande retórica política.
Eu e @JanjaLula estamos no Palácio Legislativo de Montevidéu, onde participamos da despedida do povo uruguaio – e de toda a América Latina – ao nosso querido José Pepe Mujica.
— Lula (@LulaOficial) May 15, 2025
Que a coragem, a simplicidade e o amor que marcaram sua vida sigam nos ajudando a trilhar o caminho… pic.twitter.com/FwUNaesQRL
O seu perfil singular tornou-o num símbolo que transcendeu as fronteiras de um pequeno país de apenas 3,4 milhões de habitantes.
Nascido em Montevideu, em 1935, numa família de ascendência italiana e basca, José Alberto Mujica Cordano inclinou-se inicialmente para a ala conservadora do Partido Nacional, mas cedo se separou para se juntar ao Movimento de Libertação Nacional (MLN), o grupo guerrilheiro Tupamaro de esquerda radical, na década de 1960.
Durante a ditadura civil-militar uruguaia (1973-1985), participou com os Tupamaro em assaltos e sequestros. Ferido a tiro e preso quatro vezes, esteve 15 anos na prisão, embora tenha escapado em duas ocasiões da cadeia de Punta Carretas.
A chegada da democracia ao Uruguai em 1985 significou a sua libertação, após ter sofrido tortura e ameaça de execução, beneficiando de uma amnistia que o fez reentrar na política.
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