O primeiro-ministro britânico recebeu hoje o chefe do governo sueco, Ulf Kristersson, na sua residência oficial de Downing Street, em Londres, tendo os dois líderes concordado em alargar a cooperação no comércio, defesa e energia nuclear civil, informou o gabinete de Starmer em comunicado.
Mais tarde, manteve uma conversa telefónica com o recém-eleito primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, com quem abordou a cooperação económica e tecnológica entre os dois países.
Em ambos os encontros, Starmer recordou a reunião bem sucedida dos líderes da coligação dos mais de 30 países disponíveis para prestar garantias de segurança à Ucrânia, realizada no passado sábado em Kiev, e sublinhou a importância de pressionar Putin a "aceitar o acordo de cessar-fogo sem condições", segundo o comunicado.
O líder britânico agradeceu a Kristersson a contribuição da Suécia para a Operação Interflex, o programa de formação de soldados ucranianos no Reino Unido, e ambos concordaram em prosseguir as conversações sobre defesa, segurança e migrações na próxima reunião da Comunidade Política Europeia (CPE), agendada para Tirana, a 16 de maio.
Starmer também partilhou com Carney que espera poder viajar para o Canadá no próximo mês para participar na cimeira do G7, que, segundo ele, será "outro momento importante para mostrar solidariedade para com a Ucrânia".
A Ucrânia e os aliados europeus propuseram à Rússia um cessar-fogo total e incondicional durante pelo menos 30 dias, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugeriu reunir-se esta semana com o homólogo russo, Vladimir Putin, pessoalmente em Istambul.
No entanto, o Kremlin classificou hoje de "inaceitável" o ultimato feito por Kiev e pelos aliados europeus para que Moscovo aceite um cessar-fogo de 30 dias antes das negociações diretas entre Rússia e Ucrânia.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros de seis países europeus e a chefe da diplomacia da União Europeia apelaram hoje à Rússia para que avance "sem demora" nas negociações para uma paz "justa, abrangente e duradoura" na Ucrânia.
"Até agora, a Rússia não mostrou qualquer intenção séria de fazer progressos. Deve fazê-lo sem demora", afirmaram os ministros da França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido e Kaja Kallas, numa declaração emitida após uma reunião em Londres.
Os ministros do chamado grupo Weimar+ "juntam-se à Ucrânia no apelo a um cessar-fogo imediato, abrangente e incondicional de 30 dias para criar espaço para discussões sobre uma paz justa, abrangente e duradoura".
No comunicado, os ministros referem ter debatido a forma de intensificar o apoio à Ucrânia na defesa contra a Rússia e concordaram em colaborar no reforço das forças armadas ucranianas, nomeadamente no reabastecimento de munições e equipamento e no reforço da capacidade industrial.
"Estamos empenhados em dar sólidas garantias de segurança à Ucrânia. Isto inclui explorar a criação de uma coligação de forças garante aéreas, terrestres e marítimas que possam ajudar a criar confiança em qualquer paz futura e apoiar a regeneração das forças armadas da Ucrânia", referem.
"Além disso, trabalharemos em novos compromissos de reconstrução e recuperação, nomeadamente na Conferência de Recuperação da Ucrânia, que se realizará em Roma a 10 e 11 de julho", acrescentam.
Sobre a NATO, comprometeram-se a reforçar a "capacidade e produção de defesa coletiva", a "base tecnológica e industrial da Europa" e defenderam o estreitamento das relações de segurança e defesa entre o Reino Unido e a UE.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
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