Ruanda e EUA discutem envio de migrantes deportados para o país africano

Ruanda e Estados Unidos estão em conversações sobre a possibilidade de o país africano receber migrantes deportados pela administração norte-americana, anunciou o ministro das Relações Exteriores ruandês, após o plano migratório com o Reino Unido ter sido cancelado.

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© Kevin Dietsch/Getty Images

Lusa
05/05/2025 13:05 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Migrações

"Estamos atualmente em conversações com os Estados Unidos [EUA]. Como sabem, tivemos conversações no passado com o Reino Unido, por isso isto não é novo para nós", afirmou Olivier Nduhungirehe, no domingo, acrescentando que as conversações com Washington estão ainda numa fase inicial e que "é demasiado cedo para dizer como irão decorrer".

 

O ministro fez o anuncio após os EUA terem informado que Omar Abdulsattar Ameen, um refugiado iraquiano reinstalado nos EUA que tinha pedido a extradição na sequência de acusações do Governo iraquiano de que estaria a colaborar com o Estado Islâmico, foi enviado de volta para o Ruanda em abril.

As conversações com o Governo norte-americano surgem na sequência do cancelamento, em 2024, do plano de migração falhado que previa o envio de migrantes irregulares para o país africano, que foi abandonado pelo Governo trabalhista de Londres após a vitória do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, nas eleições gerais de julho.

O controverso "plano Ruanda" foi inicialmente lançado em abril de 2020 pelo antigo primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson e posteriormente transformado numa das peças centrais do programa de Rishi Sunak, também primeiro-ministro do país.

O plano procurava enviar os migrantes que chegavam irregularmente ao território britânico através do Canal da Mancha para o Ruanda, sem possibilidade de regresso.

Em 15 de novembro de 2023, o Supremo Tribunal do Reino Unido considerou o plano ilegal, justificando que existia risco de os requerentes de asilo, enviados para o Ruanda, serem deportados para os seus países de origem.

O programa teve um custo elevado para Londres, tendo o Governo britânico pagado ao país africano 240 milhões de libras (cerca de 290 milhões de euros) para acolher os deportados.

Apesar de o plano ter acabado por ser cancelado, o Ruanda recusou-se a devolver o montante, argumentando que tinha sido o Reino Unido a rescindir o acordo e que os fundos já tinham sido utilizados para preparar o acolhimento de migrantes.

As Nações Unidas e organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional criticaram o projeto por "minar" o Estado de direito e violar os direitos dos refugiados.

Leia Também: Pelo menos 14 feridos em ataques dos EUA no Iémen

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