Ao mesmo tempo, vai preparar-se para uma "nova e importante" campanha militar, indicou a mesma fonte que pediu para não ser identificada.
"A preparação das forças antes do início da manobra vai proporcionar uma janela até ao final da visita do Presidente dos Estados Unidos [Donald Trump] à região para permitir um acordo sobre [a libertação de] reféns" com base num plano proposto por Washington, disse o responsável, citado pela AFP.
Trump deverá visitar o Médio Oriente na próxima semana, entre os dias 13 e 16.
Fontes israelitas, que pediram à agência de notícias Associated Press (AP) para não serem identificadas, indicaram que vários ministros do Governo de Benjamin Netanyahu concordaram em intensificar a guerra contra o Hamas em Gaza, um plano que inclui conquistar mais território no enclave palestiniano sitiado e convocar dezenas de milhares de reservistas.
O plano, que a mesma fonte avançou que seria gradual, pode marcar uma escalada significativa nos combates em Gaza, que foram retomados em meados de março, depois de Israel e o Hamas não terem conseguido chegar a acordo sobre a possível extensão da trégua de oito semanas.
No domingo, o chefe do Estado-Maior de Israel, tenente-general Eyal Zamir, já tinha dito que o exército estava a convocar dezenas de milhares de reservistas.
Zamir avançou que Israel "operaria em áreas adicionais" em Gaza e continuaria a atacar a infraestruturas militares.
Israel já controla cerca de metade do território de Gaza, incluindo uma zona ao longo da fronteira com Israel, bem como três corredores que se estendem de leste a oeste ao longo da faixa.
Este cenário faz concentrar muitos palestinianos a faixas de terra cada vez mais pequenas no devastado território.
Israel tem vindo a aumentar a pressão sobre o Hamas, incentivando a demonstrar mais flexibilidade nas negociações. No início de março, Israel suspendeu a entrada de ajuda em Gaza, uma proibição que continua em vigor e que mergulhou o território de 2,3 milhões de pessoas na pior crise humanitária da guerra.
A 18 de março, Israel retomou os ataques no território, e crê-se que mais de 2.600 pessoas tenham morrido nas semanas seguintes, muitas delas mulheres e crianças, de acordo com autoridades de saúde palestinianas.
O cessar-fogo anterior tinha como objetivo levar as partes a negociar o fim da guerra, mas esse objetivo tem sido um ponto de discórdia recorrente nas negociações entre Israel e o Hamas.
A guerra em Gaza começou quando militantes liderados pelo Hamas, em outubro de 2023, atacaram o sul de Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns. Israel afirma que 59 reféns permanecem em Gaza, embora se acredite que cerca de 35 estejam mortos.
A ofensiva israelita matou mais de 52.000 pessoas em Gaza, segundo autoridades de saúde palestinianas, que não distinguem, nas contagens, combatentes e civis. Os combates deslocaram mais de 90% da população de Gaza, por vezes em mais do que uma ocasião.
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