Conclave menos europeu de sempre vai escolher sucessor de Francisco

O sucessor do Papa Francisco será eleito pelo Conclave de cardeais menos europeu e menos italiano de sempre, um sinal das mudanças na Igreja Católica, mas também do dinamismo religioso de outras geografias em comparação com o velho continente.

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Lusa
21/04/2025 09:58 ‧ há 2 semanas por Lusa

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No total, o colégio cardinalício tem 252 elementos, 135 dos quais são eleitores (com menos de 80 anos), uma lista que inclui, pela primeira vez, quatro portugueses com poder de voto, Manuel Clemente, António Marto, Tolentino de Mendonça e José Aguiar.

 

Francisco deixa um Colégio Cardinalício mais global, menos europeu e menos italiano, retomando a tendência de Paulo VI e João Paulo II, interrompida por Bento XVI.

Nos últimos anos, assumindo-se como o Papa das periferias, Francisco nomeou vários cardeais de países tão diversos como Austrália, Chile, Peru, Sérvia, Japão, Indonésia, Irão, Canadá, Costa do Marfim ou Argélia.

O colégio atual é também feito à imagem da renovação promovida por Francisco: dos 137 cardeais eleitores, 108 (80%) foram escolhidos por si, um sinal de que a sua sucessão será marcada pelo seu carisma.

A Europa tem 53 cardeais eleitores (39% do universo eleitoral), um número muito abaixo do habitual nos colégios anteriores. Em 2013, aquando da eleição de Francisco, o número de europeus era de 60 (52,2%), e em 2005, esse número era de 58 (49,5%).

Portugal tem também neste conclave o maior número de sempre de cardeais eleitores, quatro, acima dos três de 2013 e dois de 2005, o mesmo número que se repetiu na maioria dos conclaves do século XX.

Entre os eleitores, o país que tem mais cardeais é Itália, com 17 (12,6% dos votos), seguida dos EUA (10, 7,4% dos votos) e do Brasil (7).

A redução do peso da Itália no colégio cardinalício tem sido uma tendência, com menos 10 eleitores do que em 2013 (23,1% dos votos).

Em 1978, aquando da eleição do último papa italiano (João Paulo I), os italianos representavam 22,5% e em 1939, a maioria (54,8%) do colégio eleitoral tinha nacionalidade italiana.

O Brasil é o país lusófono com mais cardeais eleitores (7), seguido de Portugal (4), numa lista que inclui Cabo Verde e Timor-Leste, com um cada.

O primeiro conclave data de 1274, pelo então Papa Gregório X, que aprovou a realização da reunião magna dos cardeais eleitores num local à porta fechada (com chave), até que fosse escolhido o novo líder da igreja.

A institucionalização do conclave como forma de escolha da sucessão papal deveu-se à demora na escolha anterior, que colocou o papado em sede vacante durante quase três anos.

Por norma, desde essa data, a escolha do sucessor do trono de Pedro é feita entre os cardeais eleitores, uma tradição que se mantém desde o século XVI.

Leia Também: "Profeta do exemplo". Eis as primeiras reações à morte do Papa Francisco

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