Medin está em prisão preventiva por alegadamente colaborar com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que foi banido, e por insultar o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, segundo um comunicado do centro de combate à desinformação, controlado pela Presidência turca.
Joakim Medin, de 40 anos, chegou na quinta-feira, pelas 12h00 (hora local, menos duas em Lisboa) ao aeroporto de Istambul, onde foi detido e depois levado para a esquadra da polícia.
O jornalista do Dagens ETC, que já esteve em trabalho na Turquia, no Iraque e na Síria, viajou para Istambul para cobrir os protestos contra o Governo.
Após um interrogatório por videoconferência com um tribunal de Ancara, foi colocado em prisão preventiva, em Istambul, acusado de "difamar o Presidente" e de ser membro "de uma organização terrorista", refere a mesma nota.
A investigação por ligações ao terrorismo foi aberta em janeiro de 2023 e abrange mais 14 pessoas.
A Turquia considerou que o jornalista participou numa manifestação contra Erdogan, em Estocolmo, que decorreu no dia 11 de janeiro.
Nesse protesto, os manifestantes penduraram pelos pés um boneco que representava o Presidente turco.
Organizada por um grupo curdo que Ancara considera fazer parte do ilegalizado PKK, a manifestação foi alvo de protestos diplomáticos.
Medin é ainda acusado de ter facilitado contactos entre o PKK e a imprensa.
A mulher de Medin, Sofie Axelsson, defendeu que as acusações são falsas e adiantou que o jornalista está a ser bem tratado.
"As acusações são falsas. O Joakim é jornalista e nada mais. Há muitos anos que cobre aquele país, sobretudo questões ligadas à democracia e aos direitos humanos", assegurou.
Na quinta-feira, a Turquia expulsou um conhecido repórter britânico, Mark Lowen, da BBC, que esteve vários dias a cobrir os protestos recentes em Istambul, com o argumento de que não tinha a acreditação necessária como jornalista.
Dois outros jornalistas foram detidos durante a madrugada de sexta-feira em Istambul.
Elif Bayburt, da agência noticiosa Etkin, e Nisa Suda Demirel, do jornal de notícias 'online' Evrensel, foram as últimas a serem detidas durante rusgas levadas a cabo de madrugada, que tiveram como alvo ativistas políticos, sindicalistas e jornalistas.
As manifestações na Turquia tiveram início no passado dia 19 de março, após a detenção do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, um dos principais rivais de Recep Tayyip Erdogan.
[Notícia atualizada às 14h40]
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