"Estou profundamente chocado com o incêndio da sinagoga em Melbourne, na Austrália", disse Netanyahu, sublinhando que "é um típico e desprezível ato antissemita".
"Espero que as autoridades do país usem todo o seu peso para evitar ataques antissemitas deste tipo no futuro", afirmou Netanyahu.
No entanto, observou que "este ato criminoso não pode ser separado do espírito anti-Israel que emana do Governo trabalhista australiano", dando como exemplo a "decisão escandalosa" de Camberra de votar a favor de uma resolução das Nações Unidas que apela ao fim da ocupação dos Territórios Palestinianos Ocupados.
Netanyahu recordou ainda que as autoridades australianas negaram um visto à ex-ministra israelita Ayalet Shaked no mês passado devido aos receios que a proeminente extrema-direita pudesse "incitar ao ódio".
"Ser anti-Israel é ser anti-semita", concluiu Netanyahu.
O incêndio na sinagoga Adass Israel, em Melbourne, é uma escalada dos ataques direcionados que têm acontecido na Austrália desde o início da guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, que teve início em outubro de 2023, na Faixa de Gaza. Carros e edifícios foram vandalizados e incendiados por toda a Austrália em protestos contra a guerra.
Uma testemunha que foi à sinagoga para rezar viu dois homens mascarados a espalhar um acelerador líquido com vassouras dentro do edifício no início da manhã de hoje, disseram as autoridades australianas. Cerca de 60 bombeiros com 17 camiões de bombeiros responderam ao incêndio, que a polícia disse ter causado grandes danos.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, condenou o ataque que provocou muitos danos na sinagoga, classificando o atentando como antissemita.
"Este foi um incidente chocante que deve ser inequivocamente condenado. Não há lugar na Austrália para um ultraje como este", disse Albanese aos jornalistas.
"Atacar um local de culto é um ataque aos valores australianos. Atacar uma sinagoga é um ato de antissemitismo, é atacar o direito que todos os australianos deveriam ter de praticar a sua fé na paz e em segurança", acrescentou Albanese.
O Presidente israelita, Isaac Herzog, falou hoje de manhã com o presidente da Federação Sionista da Austrália, Jeremy Liebler, para condenar o incêndio provocado contra uma sinagoga em Melbourne esta madrugada, que causou um ferido.
"Apelo aos líderes na Austrália e em todo o mundo a condenar com força este vil ato de terror e a combater o intolerável auge do racismo antisemita em todo o mundo", disse Herzog, em comunicado.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, classificou o ataque à sinagoga como "abominável", numa mensagem publicada na rede social X.
"O antissemitismo deve ser confrontado implacavelmente. Peço às autoridades australianas que atuem rapidamente e garantam que os perpetradores desprezíveis são levados à justiça", disse Saar.
Uma lei federal proibiu em janeiro a saudação nazi e a exibição pública de símbolos nazis em resposta ao crescente antissemitismo. O Governo australiano nomeou este ano assessores especiais para combater o antissemitismo e a islamofobia na comunidade.
A primeira-ministra do estado australiano de Victoria, Jacinta Allan, observou, num comunicado, que a sinagoga foi "construída por sobreviventes do Holocausto".cMuitos dos fiéis originais da sinagoga eram imigrantes da Hungria do pós-Segunda Guerra Mundial.
Allan ofereceu 100.000 dólares australianos (64.300 dólares) para ajudar a reparar a sinagoga e disse que haveria um aumento da presença policial na área.
"Todos os recursos disponíveis serão utilizados para encontrar estes criminosos que tentaram destruir uma comunidade. Somos contra o antissemitismo agora e sempre", disse Allan.
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