Japão protesta contra aumento de manobras militares chinesas

Dois porta-aviões da Marinha chinesa realizaram vários exercícios simultâneos no Pacífico, numa ação sem precedentes. Japão garante que continuará a monitorizar e recolher informações sobre as atividades dos dois aparelhos.

Gen Nakatani

© Getty Images/Yong Teck Lim

Lusa
20/06/2025 07:33 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Pequim

O Japão manifestou hoje preocupação com o aumento das manobras militares chinesas perto do seu território, levando-o a apresentar um protesto formal a Pequim e a divulgar, de forma pouco habitual, informação detalhada sobre essas atividades.

 

Nas últimas semanas, os dois porta-aviões da Marinha chinesa, o Shandong e o Liaoning, realizaram vários exercícios simultâneos no Pacífico, numa ação sem precedentes.

"Os porta-aviões da Marinha chinesa realizaram cerca de mil aterragens de aviões de combate desde o final de maio até quinta-feira", revelou hoje o ministro japonês da Defesa, Gen Nakatani, na primeira ocasião em que Tóquio divulga este tipo de dados.

Nakatani explicou que um dos navios se aproximou da zona a leste das ilhas de Iwojima e Santon, tendo registado mais de 100 operações de descolagem e aterragem de aviões de combate em águas da zona económica exclusiva (ZEE) japonesa perto de Okinotori, a ilha mais a sul do Japão, situada a cerca de 1.740 quilómetros de Tóquio.

O Japão acredita que estas manobras visam melhorar a capacidade e potência das operações marítimas de longo alcance e assegurou que continuará a monitorizar e recolher informações sobre as atividades dos dois porta-aviões chineses.

Pequim garantiu que as operações estão em conformidade com o direito internacional e acusou o Japão de realizar "operações perigosas".

As declarações de Nakatani surgem poucos dias após as Forças de Autodefesa do Japão terem publicado um relatório detalhado sobre as manobras em causa, incluindo mapas precisos dos movimentos dos navios, localização de exercícios e fotografias.

Anteriormente, a 12 de junho, Tóquio tinha já transmitido preocupação a Pequim devido a um incidente recente, no qual um caça chinês armado com mísseis seguiu prolongadamente um avião de patrulha das Forças de Autodefesa Marítimas japonesas que procedia a uma operação de vigilância sobre o Oceano Pacífico.

Entretanto, e segundo fontes diplomáticas citadas pela imprensa local, o contratorpedeiro Takanami das Forças de Autodefesa Marítimas do Japão navegou pelo estreito de Taiwan aparentemente em resposta a esse episódio.

Nakatani escusou-se hoje a confirmar a informação, argumentando tratar-se de um assunto operacional das Forças de Autodefesa.

A agência japonesa Kyodo informou que o Takanami entrou no estreito vindo do Mar do Leste da China a 12 de junho, navegando mais de dez horas em direção ao sul, antes de rumar às águas próximas da ilha filipina de Luzón.

Todo o trajeto foi monitorizado pelo Exército chinês, segundo as mesmas fontes.

O Takanami realizou, no sábado passado, exercícios navais conjuntos com a Marinha das Filipinas numa zona do Mar do Sul da China, disputada por Manila e em relação à qual a China tem intensificado as suas reivindicações.

O Japão evita, normalmente, enviar navios militares pelo estreito de Taiwan para não provocar a China, mas parece agora ter mudado a sua postura face à crescente assertividade de Pequim.

Estes acontecimentos ocorrem num contexto geopolítico sensível, marcado pela escalada de ataques entre Israel e o Irão, e pela expectativa sobre a eventual decisão dos Estados Unidos em envolver-se no conflito.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou recentemente que o Presidente norte-americano, Donald Trump, decidirá sobre essa questão "nas próximas duas semanas".

Leia Também: Japão inicia retirada de cidadãos e familiares do Irão e de Israel

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