O Governo alemão organizou o regresso à Alemanha de 345 alemães e respetivas famílias em dois voos 'charter' a partir de Amã, devido à guerra entre Israel e o Irão, anunciou hoje o executivo.
Berlim organizou na quarta-feira um primeiro voo de Amã devido ao encerramento do espaço aéreo israelita, que impede as pessoas de saírem de Israel de avião, disse o serviço de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Um segundo voo com 174 cidadãos alemães e famílias a bordo foi realizado na quinta-feira e espera-se outro voo especial no fim de semana, referiu a mesma fonte à agência de notícias espanhola EFE.
A Alemanha tomou medidas para garantir a segurança das missões diplomáticas alemãs com o agravamento da violência na região, que incluem "a partida de todos os familiares" dos membros das missões.
De acordo com os números oficiais, 4.000 alemães estão registados em Israel.
Israel iniciou uma ofensiva contra o Irão em 13 de junho, com ataques a alvos militares e alvos relacionados com o programa nuclear iraniano, ao que o Irão respondeu com o lançamento de mísseis balísticos e 'drones' cidades israelitas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão reconheceu que "a situação dos alemães no Irão é muito difícil", embora seja possível sair do país através das fronteiras com a Arménia, a Turquia e o Azerbaijão.
"Existe um tráfego aéreo comercial regular a partir da Arménia, da Turquia e do Azerbaijão. Os aeroportos e o espaço aéreo estão abertos", disse a mesma fonte.
"Os nossos colegas do Azerbaijão enviaram uma equipa para a fronteira para ajudar os alemães", referiu, acrescentando que os cidadãos alemães devem "pesar as opções de viajar por terra por sua conta e risco".
Vários países, incluindo Portugal, têm retirado os seus cidadãos de países do Médio Oriente devido ao agravamento da situação e ao risco de o conflito se alargar na região.
Recorde-se que esta quinta-feira aterraram também em Portugal 69 pessoas, incluindo 48 portugueses, vindas de Israel, na sequência do conflito com o Irão.
Em declarações aos jornalistas, depois da chegada dos passageiros que pediram a Portugal o repatriamento, o secretário de Estado das Comunidades, Emídio Sousa, explicou que viajaram, no total, 69 pessoas - adultos e crianças. Destas, 48 são cidadãos portugueses e os restantes 21 são de outras nacionalidades - espanhola, alemã, israelita, checa, austríaca, búlgara, argentina e ucraniana.
"O número inicial eram 122, que tirámos de Israel e que depois a nossa Força Aérea fez o transporte do Egito para o Chipre e aí alguns foram para os respetivos países", acrescentou.
Emídio Sousa disse ainda que este processo de repatriamento foi "um sucesso completo" e que os serviços diplomáticos, a Força Aérea e o Governo tiveram "um desempenho fabuloso".
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