Em declarações aos jornalistas, depois da chegada dos passageiros que pediram a Portugal o repatriamento, o secretário de Estado das Comunidades, Emídio Sousa, explicou que viajaram, no total, 69 pessoas - adultos e crianças. Destas, 48 são cidadãos portugueses e os restantes 21 são de outras nacionalidades - espanhola, alemã, israelita, checa, austríaca, búlgara, argentina e ucraniana.
"O número inicial eram 122, que tirámos de Israel e que depois a nossa Força Aérea fez o transporte do Egito para o Chipre e aí alguns foram para os respetivos países", acrescentou.
Emídio Sousa disse ainda que este processo de repatriamento foi "um sucesso completo" e que os serviços diplomáticos, a Força Aérea e o Governo tiveram "um desempenho fabuloso".
Neste momento, indicou o secretário de Estado, não está previsto mais nenhum voo de repatriamento, sendo que podem sempre ser feitos pedidos a Portugal nos próximos tempos.
"Esta primeira leva foram pessoas que manifestaram essa intenção. Não está previsto [mais nenhum voo]", explicou.
O avião que transportou os cidadãos que pediram o respetivo repatriamento de Israel aterrou hoje, pelas 19:45, no aeródromo de Figo Maduro. A chegada dos portugueses que voaram hoje de Israel para Portugal, num avião da TAP, estava prevista para as 18:30, mas o voo acabou por atrasar.
Na chegada a Lisboa, um dos portugueses explicou que tinha voo de regresso marcado para Portugal na passada sexta-feira, dia 13, mas que a viagem acabou por ser cancelada devido ao conflito entre Israel e o Irão. Heitor Nunes foi para Israel para trabalhar na construção civil e a sua estadia iria durar apenas uma semana, mas acabou por se prolongar até hoje.
Heitor Nunes disse que o processo de repatriamento "foi muito fácil" e que, apesar do aumento dos ataques, nunca sentiu medo, uma vez que existem em Israel alertas sempre que é feito um ataque e as pessoas são encaminhadas para os abrigos. "Medo nunca senti, senti-me um bocadinho inseguro", explicou, acrescentando que "mesmo os israelitas nunca acharam que isto iria acontecer".
O Governo português anunciou esta semana o encerramento temporário da embaixada em Teerão, capital do Irão, a par da continuação das operações de repatriamento no Médio Oriente.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Mais de 400 cidadãos da União Europeia, de países como Eslováquia, Lituânia, Grécia e Polónia, foram retirados de Israel na sequência do encerramento do espaço aéreo israelita devido às tensões na região, em voos apoiados pela Comissão Europeia.
[Notícia atualizada às 21h54]
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