Governo francês pede a universidades que mantenham ordem antes de 7 de outubro
O Governo francês apelou hoje às universidades para que "evitem qualquer risco de agitação" antes do dia 7 de outubro, primeiro aniversário do ataque terrorista do Hamas contra Israel, condenando as recentes manifestações pró-palestinianas em Paris.
© Andrea Savorani Neri/NurPhoto via Getty Images
Mundo França
Num comunicado enviado aos presidentes das universidades e dos estabelecimentos de ensino superior, o novo ministro francês do Ensino Superior, Patrick Hetzel, alertou-os para a sua responsabilidade de "manter a ordem".
Patrick Hetzel relembrou que "por lei, são responsáveis pela manutenção da ordem e da segurança no interior da instituição" e que lhes compete "utilizar os (seus) poderes policiais para prevenir qualquer risco de desordem", "restabelecer a ordem" e "proteger os utentes e o pessoal", segundo o texto consultado pela agência de notícias France-Presse.
Lembra-se ainda que devem comunicar aos tribunais "os factos que se afigurem suficientemente estabelecidos e de natureza a constituir um crime ou uma infração".
Na terça-feira e na quinta-feira, realizaram-se manifestações pró-palestinianas em frente ao Instituto de Estudos Políticos, Sciences Po em Paris, reunindo cerca de uma centena de pessoas na terça-feira, segundo o estabelecimento.
Na quinta-feira teve lugar uma manifestação nas instalações do Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais (Inalco) em Paris, segundo o ministério.
Numa declaração, o ministro francês do Ensino Superior afirmou que "condena veementemente estas ações, que são contrárias aos princípios de neutralidade e laicidade do serviço público de ensino superior".
A porta-voz do Governo francês, Maud Bregeon, classificou hoje as manifestações na Sciences Po em Paris como "inaceitáveis" e apelou à nova direção para que "assuma as suas responsabilidades".
Após meses de crise, a universidade parisiense que formou gerações de líderes franceses teve um novo diretor nomeado no final de setembro, o diplomata franco-uruguaio Luis Vassy, um antigo camarada do Presidente francês Emmanuel Macron.
"Espero que ele (Luis Vassy) provoque uma mudança de cultura no seio deste estabelecimento", afirmou Maud Bregeon.
Entre abril e maio deste ano, ocorreram vários bloqueios de universidades e escolas secundárias francesas por parte dos estudantes que pretendiam uma reação política e académica às operações militares israelitas contra o Hamas em Gaza, que qualificavam de "genocídio".
Estas mobilizações, inspiradas nas universidades nos Estados Unidos, atingiram nomeadamente a Universidade de Sorbonne e a Sciences Po, em que os campus universitários foram tomados pelos alunos através de acampamentos com tendas em Paris, Reims (nordeste) e Estrasburgo (leste).
O movimento terrorista Hamas lançou em 07 de outubro de 2023 um ataque surpresa sem precedentes contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Israel declarou guerra na Faixa de Gaza para erradicar o Hamas, que controlava o território desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos.
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