Portugal e França procuram aprofundar relações nas indústrias da Defesa
Portugal e França reuniram-se hoje em Paris na 1ª Jornada Luso-Francesa das Indústrias da Defesa para aprofundar relações e aumentar a cooperação, com vista a terem mais autonomia face a outros aliados da NATO, segundo os organizadores.
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País Defesa
"É preciso que na Europa passe de uma situação que são indústrias de defesa bastante fragmentadas para que consigamos que as indústrias de defesa sejam mais integradas. E isso só se faz com cooperação internacional. É isso que hoje estamos aqui a fazer, é cooperação entre Portugal e França", disse à Lusa o adido de Defesa junto da Embaixada de Portugal em Paris, Sérgio da Silva Pinto.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a Europa "está a enfrentar um novo ambiente de segurança em que precisa de investir mais na defesa", acrescentou o capitão-de-mar-e-guerra Sérgio da Silva Pinto, um dos responsáveis pelo evento.
Para o adido de Defesa, só é possível ter Forças Armadas fortes com uma indústria de defesa forte, reiterando que dentro dos países membros da União Europeia, estas devem ser capazes de se defender melhor e "com maior autonomia face a outros aliados da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte)".
O encontro, que começou no dia 02 de outubro com visitas a empresas francesas em Paris por parte dos empresários do Porto e de Lisboa, pretende dar a conhecer e permitir o contacto entre as empresas portuguesas com as empresas francesas e o seu papel na indústria para que possam formar parcerias, que serão também desenvolvidas no âmbito europeu com candidaturas ao Fundo Europeu da Defesa.
A 1ª Jornada Luso-Francesa de Indústrias de Defesa, que decorreu hoje na Embaixada de Portugal em Paris, contou com a participação dos Ministérios da Defesa, responsáveis por lançar os programas de reequipamento das forças armadas dos dois países, e de mais de 50 empresas francesas e portuguesas.
Durante a tarde, ocorreram 250 reuniões B2B (entre duas empresas) para "fazer casamentos rápidos, em que as duas, as empresas francesas com as empresas portuguesas, encontrem pontos de interesse comum para uma futura parceria".
Do lado português estiveram presentes empresas das áreas das tecnologias de informação e comunicação, aeronáutica, espaço, defesa e segurança, como a CEiiA, Critical Software, Edisoft/Thales Portugal, EID e Tekever. Já do lado francês, algumas das empresas que se apresentaram foram a Airbus, CEA, Exail, MBDA (líder europeu na conceção de mísseis), Naval Group, Safran e Thales.
"Portugal tem sido o 7º país a nível europeu em termos de atração de investimentos e a França, em particular, desempenhou um papel importante, porque no ano passado, foi o 3º investidor em Portugal", disse Eduardo Henriques, diretor da Agência para o investimento e o comércio externo de Portugal (AICEP) em França e conselheiro comercial na Embaixada Portuguesa em Paris.
Para Eduardo Henriques, que foi um dos responsáveis por apresentar a indústria de defesa portuguesa, "Portugal tornou-se muito aberto ao investimento estrangeiro, a empresas estrangeiras", defendendo o talento disponível e altamente qualificado, tornando-se no terceiro país europeu em termos de formação em engenharia.
"A nível da indústria de defesa há alguns anos tínhamos muito poucos atores, mas já não é assim. Em particular, há start-ups francesas e start-ups internacionais que se instalam em Portugal", acrescentou.
No próximo ano, também Roma acolherá um evento da mesma magnitude entre os dias 02 e 03 de julho, desta vez na presença de grandes empresas italianas do setor da defesa e segurança, como é o caso da Leonardo e Fincantieri.
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