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Naufrágio? Polícia grega acusada de tratamento "desumano" a detidos

Homens foram detidos apesar de um tribunal ter rejeitado acusações relacionadas a um naufrágio mortal, que aconteceu em junho.

Naufrágio? Polícia grega acusada de tratamento "desumano" a detidos
Notícias ao Minuto

18:52 - 23/05/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Grécia

A polícia grega foi acusada de tratamento "desumano" contra nove homens egípcios que foram detidos, apesar de um tribunal ter rejeitado as acusações de que eram alvo, no âmbito de um naufrágio mortal que aconteceu em junho do ano passado.

Esta quinta-feira, as autoridades anunciaram que colocaram os homens sob custódia, por receio que pudessem abandonar o país, apesar de, há dois dias, um tribunal em Kalamata ter rejeitado acusações contra eles, após ter sido alegada falta de jurisdição.

Uma das advogadas dos homens - que passaram 11 meses em detenção a aguardar julgamento -, disse à agência Reuters que o caso "é trágico e inaceitável", acrescentando que os homens deveriam ter sido libertados e que pretendem recorrer da ordem de detenção.

"É desumano manter essas pessoas detidas depois de um tribunal rejeitar as acusações contra elas e uma vez que já passaram 11 meses na prisão em vão", acrescentou Natasha Dailiani.

Segundo o jornal The Guardian, o caso remonta a junho do ano passado, quando até 700 pessoas do Paquistão, Síria e Egito embarcaram num navio na Líbia, com destino à Itália, que naufragou junto à costa sudoeste da Grécia.

Estima-se que mais de 500 pessoas se afogaram com o naufrágio do barco de pesca sobrelotado, que viajava da Líbia para Itália. Apenas 104 pessoas foram resgatadas do 'Adriana' - todos homens, a grande maioria da Síria, Paquistão e Egito - e 82 corpos foram recuperados.

O Ministério Público acusou os arguidos, na sua maioria na casa dos 20 anos, de fazerem parte da tripulação da traineira - algo que a defesa negou - e, por conseguinte, de serem responsáveis pelos maus tratos infligidos aos passageiros e pelas condições de sobrelotação que, segundo as autoridades, levaram a que o barco se virasse e se afundasse.

Os nove homens podiam ser condenados a prisão perpétua se tivessem sido condenados pelas múltiplas acusações criminais que lhes foram imputadas, incluindo tráfico de seres humanos e provocar um naufrágio mortal.

A decisão do juiz seguiu-se a uma recomendação do procurador público Ekaterini Tsironi para que o caso fosse arquivado pelo facto de o barco se ter afundado fora das águas territoriais gregas.

"É evidente que o naufrágio ocorreu em águas internacionais e... a jurisdição dos tribunais gregos não pode ser estabelecida", disse, acrescentando: "Proponho que sejam declarados inocentes".

Leia Também: Arquivado processo por naufrágio com centenas de mortos na Grécia

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