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Berlim rejeita ameaças de Moscovo no caso de alegada espionagem
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha rejeitou hoje as "ameaças com consequências" de Moscovo, depois da detenção quinta-feira de dois cidadãos germano-russos por suspeita de colaborarem com a espionagem russa na preparação de ataques contra infraestruturas alemãs.
© Bodo Schackow/picture alliance via Getty Images
Mundo Alemanha
Em conferência de imprensa, o porta-voz do ministério, Christian Wagner, confirmou a convocatória do embaixador russo, acrescentando que tinha sido já transmitido ao diplomata que a Alemanha "não tolera" tais atividades e que a Rússia "deve termina-las imediatamente".
"Rejeitamos as ameaças em termos estritos", afirmou a mesma fonte, referindo-se à declaração emitida pela embaixada russa após a reunião, na qual se caracterizou o caso como uma provocação e se referiu que "ações inamistosas" em relação à Rússia não ficarão sem consequências.
O porta-voz do Ministério da Administração Interna da Alemanha, Maximilian Kall, indicou que, desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, a "situação de ameaça devido à espionagem e sabotagem russas" aumentou e que o nível de vigilância aumentou em conformidade.
O principal suspeito detido na quinta-feira é um cidadão russo-alemão de 39 anos, que um comunicado do Ministério Público identifica como Dieter S..
A acusação considera que Dieter S., juntamente com o cúmplice, Alexander J., também russo-alemão, vigiou instalações das Forças Armadas dos Estados Unidos na Alemanha, incluindo um importante campo onde os militares ucranianos são treinados na utilização de determinados sistemas de armas.
Dieter S. terá mantido contactos com pessoas dos serviços secretos russos, com quem terá discutido possíveis atos de sabotagem desde outubro de 2023, com o objetivo de abalar o apoio da opinião pública ao apoio militar alemão à Ucrânia.
O suspeito presumivelmente manifestou-se disponível para realizar atentados bombistas e incendiários contra infraestruturas militares e industriais na Alemanha.
Dieter S. é também suspeito de ter combatido entre dezembro de 2014 e setembro de 2016 numa unidade armada da autoproclamada República Popular de Donetsk, anexada pela Rússia e classificada pelo Ministério Público como uma organização terrorista.
Leia Também: Berlim desmente que embaixador em Moscovo tenha sido chamado
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