"É crime dormir na embaixada?". Bolsonaro tem 48 horas para explicar
Em fevereiro, Bolsonaro passou duas noites na Embaixada da Hungria após ter o seu passaporte apreendido.
Notícias ao Minuto | 11:35 - 26/03/2024© Janos Kummer/Getty Images
Mundo Jair Bolsonaro
O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro já prestou declarações ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da sua estadia de dois dias na embaixada da Hungria no país.
O ex-líder tinha até hoje para prestar esclarecimentos sobre a sua estadia, que aconteceu após as buscas da Polícia Federal à sua casa, em fevereiro.
Segundo a defesa de Bolsonaro, foi dito que é “ilógico” sugerir que Bolsonaro se hospedou no local para pedir asilo por forma a fugir às investigação. Recorde-se que a estadia foi denunciada pelo The New York Times, que revelou imagens de Bolsonaro com o embaixador no local, numa altura em que eram as autoridades brasileiras que tinham o seu passaporte.
No ofício citado pelo g1, os advogados dizem que Bolsonaro tem uma relação de amizade com as autoridades húngaras e foi para a embaixada tratar de assuntos políticos.
"[Bolsonaro] sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador", explicam os responsáveis.
De acordo com a lei internacional, as autoridades brasileiras só tinham jurisdição sobre Bolsonaro no local com a ‘luz verde’ de Budapeste.
"Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário [Bolsonaro] à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada", explicam ainda os advogados.
No mesmo documento dirigido ao Supremo Tribunal Federal os advogados escrevem ainda que quando Bolsonaro viajou para a Argentina, para a tomada de posse de Javier Milei como presidente, solicitou uma autorização às autoridades para deixar o país – esta situação aconteceu, no entanto, no final de 2023, antes de a polícia apreender o passaporte.
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