Este seria o primeiro encontro entre os dois desde a histórica reunião de Singapura em 2015.

Segundo Hsiao Hsu-tsen, diretor executivo da Fundação Ma Ying-jeou, o antigo líder taiwanês (2008-2016) não exclui a possibilidade de se encontrar com o seu "velho amigo" do continente, referindo-se à reunião de Singapura, que marcou a primeira ocasião em que os líderes da China e de Taiwan se encontraram desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949.

"Ma está fora do poder há oito anos e não ocupa nenhum cargo no partido [Kuomintang, atualmente na oposição] ou na função pública. É um cidadão comum. No entanto, como construímos juntos esta importante história em 2015, é claro que gostaríamos de ver o nosso velho amigo", disse Hsiao.

Relativamente ao conteúdo deste eventual encontro, que dependerá da disponibilidade da parte chinesa para acolher a viagem, Hsiao disse que Ma, independentemente da pessoa com quem se encontrar, transmitirá os "desejos" da sociedade taiwanesa de abraçar a paz e evitar um conflito armado com a República Popular da China.

O antigo presidente taiwanês, de 73 anos, acompanhará um grupo de estudantes à China entre os dias 1 e 11 de abril, uma viagem que inclui paragens nas províncias de Guangdong (sul) e Shaanxi (noroeste), bem como na cidade de Pequim, o que tem alimentado rumores de um possível encontro com Xi.

Ma, que se tornou o primeiro ex-presidente taiwanês a visitar a República Popular em março do ano passado, apelou durante a sua anterior visita a mais intercâmbios entre estudantes chineses e taiwaneses porque "partilham a mesma cultura e identidade étnica".

O primeiro-ministro taiwanês, Chen Chien-jen, do Partido Democrático Progressista (DPP), afirmou hoje que o governo de Taiwan "respeita" a viagem de Ma à China, aconselhando-o a ser cauteloso nas suas interações com os funcionários chineses.

"Espero que ele tenha em conta e esteja à altura das expectativas do povo taiwanês em matéria de soberania, democracia, Estado de Direito e outros valores durante a sua visita", disse Chen, acrescentando que o governo taiwanês prestará a assistência necessária ao antigo líder.

A visita Ma à China ocorre apenas um mês e meio antes da tomada de posse do presidente eleito da ilha e atual vice-presidente, William Lai (Lai Ching-te), que é considerado um "independentista" por Pequim.

Desde que o DPP tomou posse em 2016, os canais de diálogo entre a China e Taiwan foram suspensos e as tensões no Estreito de Taiwan aumentaram, com incursões cada vez mais frequentes de aviões e navios de guerra chineses nas proximidades da ilha.

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