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Líder da oposição indiana detido por corrupção antes das eleições gerais

Um destacado líder da oposição indiana ficou hoje em prisão, após ter sido detido no dia anterior, num caso que os seus apoiantes dizem visar o afastamento de adversários do primeiro-ministro, Narendra Modi, antes das eleições gerais em abril.

Líder da oposição indiana detido por corrupção antes das eleições gerais
Notícias ao Minuto

18:00 - 22/03/24 por Lusa

Mundo Índia

Arvind Kejriwal, ministro-chefe de Nova Deli, é um dos líderes de uma aliança de oposição formada para rivalizar com Modi, e o seu nome está envolvido numa longa investigação por suspeitas de corrupção.

Kejriwal compareceu hoje perante um tribunal de Nova Deli, que decidiu que deveria permanecer sob custódia da Direção de Execução, a principal agência indiana que investiga crimes financeiros, pelo menos até 28 de março.

"A minha vida é dedicada ao país, esteja eu dentro ou fora [da prisão]", disse Kejriwal aos jornalistas ao ser conduzido ao tribunal antes do início da audiência.

Shadan Farasat, membro da equipa jurídica de Kejriwal, indicou à agência France Presse (AFP) que estavam ainda a ser consideradas as medidas a tomar após a detenção.

O seu partido, Aam Aadmi (AAP), afirma que o Kejriwal não renunciou ao cargo de ministro-chefe, apesar da sua condição de suspeito detido.

"Deixamos claro desde o início que, se necessário, Arvind Kejriwal comandaria o governo da prisão", segundo o ministro da Educação da capital, Atishi Marlena Singh.

Kejriwal é um dos vários líderes da formação política sob investigação criminal e um dos seus colegas classificou a sua detenção como uma "conspiração política" orquestrada pelo partido no poder, Bharatiya Janata (BJP).

Centenas de apoiantes do AAP saíram às ruas na sexta-feira para protestar e a polícia dispersou uma multidão de manifestantes que tentava bloquear um cruzamento movimentado.

Vários manifestantes foram presos, incluindo Atishi Marlena Singh e o ministro da Saúde, Saurabh Bhardwaj.

O governo de Kejriwal foi acusado de corrupção na concessão de licenças privadas de bebidas alcoólicas em 2021.

Esta política de liberalização foi interrompida em 2022 e a subsequente investigação sobre alegada corrupção no licenciamento resultou na prisão de dois altos membros do AAP.

Kejriwal, 55 anos, ministro-chefe de Nova Deli há quase uma década, resistiu a várias notificações da Diretoria de Execução para ser interrogado no âmbito da investigação.

O político está entre os principais líderes da oposição que enfrentam investigações criminais que, segundo os seus apoiantes, têm motivação política e parecem "uma caça às bruxas desesperada".

Mas Rajeev Chandrashekhar, ministro do Governo de Modi, respondeu que a reação da oposição à prisão de Kejriwal foi "extremamente surpreendente".

"Arvind Kejriwal deveria compreender que as consequências das suas violações não param só porque é um líder político", comentou à agência de notícias Press Trust of India.

Os opositores políticos de Modi e os grupos de direitos internacionais há muito que alertam para a redução do espaço democrático na Índia.

O 'think tank' (grupo de reflexão) norte-americano Freedom House apontou este ano que o BJP tinha "explorado cada vez mais as instituições governamentais para atingir os seus opositores políticos".

Rahul Gandhi, membro do Congresso, principal partido da oposição e descendente de uma dinastia que dominou a política indiana durante décadas, foi considerado culpado de difamação no ano passado, na sequência de uma queixa apresentada por um membro do partido de Modi.

O AAP, o Congresso e cerca de vinte outros partidos formaram uma coligação de oposição antes das eleições gerais que terão lugar entre abril e junho.

Uma delegação do bloco reuniu-se com a Comissão Eleitoral da Índia hoje para condenar o que considerou serem tentativas deliberadas de minar a campanha da oposição.

Muitos analistas consideram a reeleição de Narendra Modi um dado adquirido, em parte devido à difusão das suas políticas nacionalistas hindus assertivas junto dos membros da religião maioritária do país.

Leia Também: Membro da oposição da Índia acusado de corrupção no estado de Deli

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