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Membro da oposição da Índia acusado de corrupção no estado de Deli

Um dos principais opositores do primeiro-ministro indiano compareceu hoje em tribunal depois de ter sido detido no âmbito de uma investigação de corrupção encarada pelos apoiantes como "conspiração política".

Membro da oposição da Índia acusado de corrupção no estado de Deli
Notícias ao Minuto

13:05 - 22/03/24 por Lusa

Mundo Índia

O caso judicial contra Arvind Kejriwal é desencadeado a menos de um mês do início das eleições na Índia.

Arvind Kejriwal, um político destacado de Nova Deli detido na quinta-feira, foi conduzido hoje à sala de audiências de um tribunal da capital indiana, sob escolta policial, para solicitar libertação sob fiança.

Inicialmente, a equipa jurídica de Kejriwal pretendia contestar a legalidade da detenção no Supremo Tribunal, mas Shadan Farasat, um dos seus advogados, disse à Agência France Presse (AFP) que ia apresentar o pedido num tribunal de primeira instância.

Kejriwal, um dos principais líderes da aliança da oposição que pretende enfrentar Narendra Modi a partir de 19 de abril nas próximas eleições, ficou detido na quinta-feira à noite após várias horas de interrogatório.

Centenas de apoiantes do partido Aam Aadmi (AAP) manifestaram-se hoje em protesto contra a detenção, tendo a polícia dispersado uma multidão que tentava bloquear um cruzamento rodoviário.

Vários manifestantes foram detidos, incluindo a Ministra da Educação do Estado de Deli, Atishi Marlena Singh, e o responsável estadual da Saúde, Saurabh Bhardwaj, de acordo com um jornalista da AFP no local.

A ministra do governo estadual anunciou a detenção de Kejriwal, 55 anos, na noite de quinta-feira, denunciando uma "conspiração política" orquestrada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP), nacionalista hindu, de Modi.

Atishi Marlena Singh afirmou à imprensa que "se for necessário, Arvind Kejriwal vai dirigir o governo a partir da prisão".

Outros pequenos comícios de apoio a Kejriwal realizaram-se hoje em várias cidades da Índia, país composto administrativamente por 28 estados e sete territórios.

Kejriwal foi acusado de corrupção na atribuição de licenças privadas para a venda de álcool.

Em 2021, o governo introduziu uma política controversa de liberalização da venda de álcool no estado de Deli, convidando operadores privados a abrir lojas e pondo fim ao monopólio estatal.

Esta política de liberalização foi suspensa em 2022 e a investigação subsequente sobre a alegada corrupção na atribuição de licenças já resultou na prisão de dois membros superiores do AAP de Kejriwal.

Kejriwal, 55 anos, lidera o governo do estado de Deli há quase uma década tendo assumido o cargo como defensor da luta contra a corrupção.

Nas últimas semanas resistiu a várias convocatórias da justiça para ser interrogado no âmbito da investigação.

Trata-se de um dos vários líderes da oposição que estão a ser alvo de investigações criminais.

Segundo o líder do governo do Estado de Tamil Nadu, no sul do país, M.K. Stalin, membro do bloco da oposição, a detenção de Kejriwal "parece uma caça às bruxas".

"Nem um único líder do BJP está a ser escrutinado ou detido, o que demonstra o abuso de poder e o declínio da democracia", acrescentou.

Os opositores políticos de Modi e os grupos internacionais de defesa dos direitos humanos há muito que alertam sobre ataques à democracia na Índia.

O grupo de reflexão norte-americano, Freedom House, afirmou este ano que o BJP tinha "utilizado cada vez mais as instituições governamentais para atingir os opositores políticos".

Rahul Gandhi, membro do principal partido da oposição e descendente de uma dinastia que dominou a política indiana durante décadas, foi condenado por difamação no ano passado, na sequência de uma queixa apresentada por um membro do partido de Modi.

Gandhi foi condenado a dois anos de prisão, mas o veredicto foi suspenso na sequência de um recurso.

O AAP e vários outros partidos formaram uma coligação de oposição que concorre às eleições.

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