Greenpeace. Setor financeiro europeu "financia" a destruição da natureza

Os bancos europeus emprestaram 256 mil milhões de euros, desde os acordos climáticos de Paris de 2015, a empresas que colocam em risco florestas, savanas e outros ecossistemas naturais críticos para o clima, revela um estudo da Greenpeace Internacional.

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Lusa
22/03/2024 14:25 ‧ 22/03/2024 por Lusa

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Publicado pela Greenpeace e apoiado por outras organizações não-governamentais (ONG), o estudo baseia-se em dados compilados pela organização de investigação Profundo sobre importantes produtores, processadores e comerciantes globais de soja, gado, óleo de palma, borracha, madeira e outros materiais com alto risco de destruição do ecossistema, e das instituições financeiras que os financiam.

"A União Europeia (UE) é o segundo maior centro financeiro global que financia estes setores de matérias-primas", denuncia a organização em comunicado.

O estudo mostra que alguns dos maiores bancos sediados na União Europeia, como o BNP Paribas, o Santander, o Deutsche Bank, o ING Group e o Rabobank, concederam 22% do crédito global total - entre 2016 e o início de 2023 - a grandes intervenientes em setores que "colocam a natureza em risco".

Segundo a investigação, a grande maioria (86%) deste crédito europeu veio de bancos sediados em França, Países Baixos, Alemanha e Espanha, tendo os bancos, fundos de pensões e gestores de ativos sediados na UE fornecido também 9,4% dos atuais investimentos globais aos setores de risco natural.

As organizações que publicam o relatório apelam à criação de regulamentação na UE para "impedir o fluxo de dinheiro para" empresas que destroem a natureza e alinhar o setor financeiro com as metas globais em matéria de clima e biodiversidade.

A Greenpeace diz que a Europa tem "grande consideração" pela proteção do clima e da natureza, mas olha para o outro lado à medida que os seus bancos injetam dinheiro em empresas ligadas à destruição massiva da natureza e às violações dos direitos humanos relacionados.

"Existe um padrão claro: as ligações do setor financeiro da UE à destruição dos ecossistemas são generalizadas. Não podemos combater a crise climática e o colapso ecológico e, ao mesmo tempo, financiar a extinção", afirmou a ativista florestal da Global Witness, Giulia Bondi, citada no comunicado.

O estudo conclui que os bancos europeus continuam a financiar a destruição de florestas em todo o mundo no valor de milhares de milhões de euros.

"No entanto, o setor financeiro está excluído da lei anti-desflorestação da UE, minando os esforços para enfrentar o clima global e objetivos de biodiversidade. É tempo de a UE travar as instituições financeiras que estão a destruir o planeta", reforçou Giulia Bondi.

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