"Os advogados americanos da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e da Voice of America (Voz da América em português) souberam neste sábado, 03 de maio, através de um 'email' do Departamento de Justiça, que as equipas desta icónica emissora americana poderiam retomar o trabalho nas próximas horas", informou a Repórteres Sem Fronteiras em comunicado.
No mesmo documento, refere ainda que o ministério da Justiça verificou que "as contas de 1.406 funcionários da USAGM (a agência federal que supervisiona diversos veículos de comunicação americanos) e da Voice of America foram reativadas hoje. Todos os funcionários devem ter acesso ao sistema agora," acrescentou.
Nesse sentido, "a USAGM prevê a retoma da programação da Voice of America na próxima semana".
Dois funcionários da rádio Voz da América disseram à AFP que as suas contas de 'email', que estavam bloqueadas há semanas, estão já ativas, embora ainda não tenham recebido uma notificação formal de que poderiam regressar ao trabalho.
Em meados de março, o governo de Donald Trump colocou vários jornalistas em licença remunerada e começou a demitir alguns repórteres da Voice of America e de outros meios de comunicação públicos.
Mas o sistema de justiça americano opôs-se a estas medidas e, no final de março, um juiz federal de Nova Iorque foi o primeiro a suspender a decisão de encerrar as atividades desses meios de comunicação públicos, seguido por um juiz de Washington em abril.
"Acolhemos este progresso, mas a abordagem errática do governo Trump exige cautela: agora é essencial que sejam fornecidas garantias quanto à sustentabilidade do financiamento alocado pelo Congresso dos EUA a todos os órgãos de comunicação social da USAGM", referiu o diretor-geral da Repórteres Sem Fronteiras, Thibaut Bruttin.
"O direito à informação de confiança de dezenas de milhões de ouvintes não pode depender de iniciativas políticas arbitrárias", alertou.
Em março, Donald Trump assinou uma ordem executiva classificando a agência governamental USAGM, que tinha 3.384 funcionários em 2023, como um "elemento inútil da burocracia federal".
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