Primeiro-ministro italiano "irritado" por ser o primeiro a visitar Angola
O primeiro-ministro de Itália, Matteo Renzi, assumiu-se hoje, em Luanda, "irritado" por ser o primeiro Chefe de Governo daquele país a visitar Angola, onde defendeu uma estratégia de longo prazo nas relações entre Europa e África.
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Mundo Matteo Renzi
"Sou o primeiro presidente do Conselho [de Ministros de Itália] que vem a Angola. Não é um belo recorde, estou muito irritado. Não digo diplomaticamente que estou contente por ser o primeiro porque perdemos tempo e agora vamos ter de correr, de andar mais depressa", disse Matteo Renzi, num encontro restrito com alguns empresários italianos e angolanos, presenciado pela Lusa.
O primeiro-ministro de Itália está hoje de visita a Luanda, onde será recebido pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, tendo igualmente reconhecido o papel na "estabilização" da região levado a cabo pelo líder angolano.
O chefe do Governo italiano está em Luanda acompanhado por uma comitiva de 25 empresários daquele país interessados em investir em Angola e que representam, no seu conjunto, uma faturação anual de 60 mil milhões de euros.
A visita de Matteo Renzi acontece numa altura em que Itália tem a presidência rotativa da União Europeia, sendo a relação com África uma prioridade para o líder italiano.
"Ou a Europa e África trabalham em conjunto na próxima década ou todos perderemos uma grande oportunidade de desenvolvimento", afirmou, constatando o crescimento económico que se verifica no continente africano.
Perante uma sala com algumas dezenas de empresários dos dois países, Matteo Renzi sublinhou que "não é possível imaginar" que assuntos como o desenvolvimento, a economia ou a migração entre os dois continentes "possam ser enfrentados sem uma estratégia de longo prazo".
"Não se pode remediar, resolver o problema quando o dano está feito. Temos de evitar chegar no fim", disse ainda.
Durante o mesmo encontro com empresários, o vice-ministro italiano do Desenvolvimento Económico, Carlo Calenda, anunciou a disponibilização de linhas de crédito e investimento através de pequenas e médias empresas italianas em Angola. Também está prevista a abertura em Luanda de uma delegação da agência italiana responsável pelas exportações daquele país.
Carlo Calenda reconheceu que nos últimos anos os empresários italianos já instalados em Angola poderão ter-se sentido "abandonados pelo seu Governo", algo que o atual executivo garante querer reverter, relançando a aposta angolana.
No primeiro trimestre deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística angolano consultados pela Lusa, as exportações de Angola para Itália - essencialmente petróleo - cresceram para 38,1 mil milhões de kwanzas (291 milhões de euros).
Já as importações a partir de Itália, como máquinas industriais, ferro, aço e bens alimentares, descerem no mesmo período para 5,6 mil milhões de kwanzas (42,7 milhões de euros), pelo que o saldo da balança comercial é largamente favorável a Angola.
Itália foi o primeiro país da Europa ocidental a reconhecer, três meses depois, a independência de Angola, conquistada a 11 de novembro de 1975. Em 1989, Angola foi considerada por Itália como um país de "primeira prioridade".
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