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Candidato do PES promete ser "mais duro" com Hungria do que Von der Leyen

O candidato principal do Partido dos Socialistas Europeus (PES) às eleições europeias de junho promete ser "muito mais duro com a Hungria no futuro" caso seja presidente da Comissão Europeia, criticando Budapeste por estar "afastada dos valores europeus".

Candidato do PES promete ser "mais duro" com Hungria do que Von der Leyen
Notícias ao Minuto

07:35 - 13/03/24 por Lusa

Mundo Bruxelas

"Seria muito, muito mais duro com a Hungria no futuro devido (...) ao contínuo enfraquecimento do Estado de direito com a entrada em vigor de novas leis que restringem a liberdades dos indivíduos, mas também das organizações -- como a nova lei que se chama lei da soberania e que é realmente uma lei que me faz lembrar uma lei que Putin [Presidente russo] adotou há alguns anos, o que é absolutamente incompatível com os valores da nossa sociedade aberta", disse Nicolas Schmit, em entrevista à agência Lusa em Bruxelas.

O responsável comparava aquela que seria a sua postura com a atual atuação da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que também é 'Spitzenkandidat' (candidata principal) do Partido Popular Europeu (PPE) às eleições europeias.

Além disso, segundo o candidato socialista, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, "não mostra qualquer solidariedade com a Europa, também no contexto da Ucrânia".

"Ele foi agora aos Estados Unidos, onde apoiou o que [ex-presidente e potencial candidato republicano às presidenciais norte-americanas, Donald] Trump está a dizer sobre a Ucrânia, que não está de acordo com as políticas europeias, pelo que julgo que Orbán mostra cada vez mais que se está a afastar das políticas europeias normais e dos interesses europeus", criticou.

Um dia antes de o Parlamento Europeu decidir se avança para tribunal contra a Comissão Europeia por ter desbloqueado verbas suspensas à Hungria por violação do Estado de direito, Nicolas Schmit avançou à Lusa que "o Parlamento Europeu tem o direito de perguntar aos tribunais se foi correto desbloquear alguns fundos para a Hungria".

"Não tenho qualquer problema com isso. Se querem verificá-lo, devem fazê-lo e, se o tribunal disser que foi um erro, aceito que foi um erro da Comissão", apontou.

A comissão dos Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu vai propor que a assembleia europeia leve a Comissão Europeia a tribunal por ter libertado verbas à Hungria que estavam bloqueadas devido à violação do Estado de direito.

O aval final a esta decisão será dado na quinta-feira, na reunião da Conferência dos Presidentes do Parlamento Europeu, esperando-se que a ação judicial avance até 25 de março.

A ação surge depois de, em dezembro passado, a Comissão Europeia ter desbloqueado uma verba de 10,2 mil milhões de euros que tinha vedado à Hungria por desrespeito do Estado de direito, após melhorias no sistema judicial, mantendo porém 21 mil milhões suspensos.

Este passo permitiu que o Conselho Europeu conseguisse aprovar a abertura de negociações formais de adesão à União Europeia (UE) com a Ucrânia e a Moldova, precisamente dias após o desbloqueio dos cerca de 10 mil milhões de euros.

Aos 70 anos, o luxemburguês Nicolas Schmit, que também é comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais, foi nomeado no início deste mês de março 'Spitzenkandidat' dos socialistas europeus às eleições de junho próximo.

Há uma semana, Ursula von der Leyen também foi nomeada candidata principal do PPE, para tentar uma reeleição à frente da instituição.

Atualmente, o Parlamento Europeu é composto por sete grupos políticos, sendo o PPE o maior deles, seguido pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas (S&D), a bancada do PES.

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