"Os ultimatos apresentados à Rússia por Kyiv e pelo Ocidente e os formatos de diálogo que os acompanham apenas prejudicam as perspetivas de um acordo e não podem servir de base para isso", informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo num comunicado.
O representante do Governo chinês para Assuntos da Eurásia, Li Hui, chegou à Rússia para retomar as negociações internacionais sobre a iniciativa de paz de Pequim.
Para o efeito, manteve no sábado à noite em Moscovo uma reunião com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Mikhail Galuzin, após a qual viajará também para a Ucrânia, Alemanha, França, Polónia e Bélgica.
"Constatou-se que qualquer discussão sobre o acordo político-diplomático é impossível sem a participação da Rússia, tendo em conta os seus interesses no domínio da segurança", acrescenta a nota oficial.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, informou há poucos dias que Li visitará a Ucrânia e outros países envolvidos no conflito para "promover uma solução política" e enfatizou a "urgência de restaurar a paz".
Mao observou que a China manteve uma "comunicação estreita" com todas as partes, incluindo a Rússia e a Ucrânia" e que desempenhou "um papel construtivo" na "facilitação do diálogo".
A iniciativa de paz chinesa, apresentada por Li em meados de 2023, foi recebida com ceticismo desde o início, uma vez que defende a integridade territorial dos países, mas não se refere à anexação russa de quatro regiões ucranianas ou à retirada das tropas russas.
A China tem mantido uma posição ambígua desde o início da guerra na Ucrânia, apelando para o respeito pela soberania ucraniana, ao mesmo tempo que exige atenção às "preocupações legítimas de segurança" russas e opõe-se às sanções ocidentais contra Moscovo.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, garantiu na véspera na Turquia que Moscovo nunca desistiu das negociações de paz, embora tenha acrescentado que, até ao momento, não houve nenhuma proposta séria que respeite "os interesses legítimos" de ambos os lados.
Em particular, garantiu que Moscovo não vê "boa vontade" para a resolução do conflito por parte do Ocidente, que acusou de continuar a perseguir "a derrota da Rússia no campo de batalha".
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