De acordo com a nota de imprensa do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o Uganda está prestes a chegar às duas milhões de pessoas acolhidas, "à medida que o agravamento das crises no Sudão, Sudão do Sul e República Democrática do Congo (RDCongo)" - nação vizinha de Angola - "leva centenas de pessoas a cruzar diariamente a fronteira em busca de segurança e ajuda vital".
Segundo dados do ACNUR, desde o início do ano, têm chegado ao país, em média, 600 pessoas por dia.
O Uganda é o terceiro país no mundo que mais refugiados acolhe, e o maior em África. Atualmente, alberga 1,93 milhões de refugiados, sendo que mais de um milhão são menores de idade. Destes, 48.000 crianças e adolescentes chegaram sozinhos ao país.
"No entanto, a resposta humanitária enfrenta atualmente uma das piores crises de financiamento das últimas décadas", lamentou a agência das Nações Unidas (ONU).
"A política progressista do Uganda permite aos refugiados viver, trabalhar e aceder a serviços públicos, mas os cortes de financiamento estão a afetar gravemente a entrega de ajuda e ameaçam comprometer anos de progresso", frisou.
Dados do ACNUR estimam que o custo para responder às necessidades de um refugiado no Uganda é de cerca de 16 dólares (cerca de 14 euros) por mês em 2025.
Contudo, se o ACNUR não receber mais fundos, só conseguirá prestar apoio no valor de cinco dólares (cerca de quatro euros) por mês, por refugiado.
O ACNUR alertou ainda que "à medida que os fornecimentos de alimentos, água e medicamentos diminuem, as taxas de desnutrição -- sobretudo entre crianças com menos de cinco anos -- estão a aumentar de forma alarmante".
"Até ao final de julho, o ACNUR dispunha apenas de recursos para apoiar menos de 18.000 pessoas com dinheiro e bens de primeira necessidade - o suficiente para apenas dois meses de novas chegadas ao ritmo atual", indicou.
Atualmente, a resposta humanitária para os refugiados no Uganda está financiada apenas em 25%, explicitou.
O ACNUR apela, por isso, a um apoio internacional urgente e sustentado para garantir que os refugiados e as comunidades locais possam viver com segurança e dignidade.
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