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Alexei Navalny já foi sepultado (com emoção e milhares de apoiantes)

O corpo de Navalny chegou à igreja para uma cerimónia curta, de cerca de meia hora, seguindo para o cemitério - com o carro funerário a ser bloqueado pela polícia. O funeral fica ainda marcado por aplausos e gritos de agradecimento ao opositor russo.

Alexei Navalny já foi sepultado (com emoção e milhares de apoiantes)

O corpo de Alexei Navalny foi sepultado pelas 16h00 locais (13h00 em Portugal continental) rodeado de alguma família e amigos, que puseram despedir-se do opositor russo aproximando-se e atirando "um punhado de terra".

O corpo chegou à igreja onde foi velado pelas 14h00 locais (11h00 em Portugal continental), tal como estava marcado, depois de inúmeros incidentes relacionados com a sua morte nos últimos dias. Meia hora depois, a urna saiu do local - marcando-se o fim da cerimónia - e dirigiu-se para o destino final.

Os familiares do opositor russo chegaram à morgue cerca das 10h00 (hora local), altura em que era suposto receberem o corpo de Alexei. Contudo, segundo a porta-voz de Navalny, "o corpo não foi libertado" na hora que era suposto, antecipando "haver atrasos" nas cerimónias fúnebres - o que não veio a acontecer.

Pode acompanhar o funeral do opositor russo, em direto, na ligação abaixo:

Sob um céu cinzento, milhares de pessoas reuniram-se no exterior da igreja do Ícone da Mãe de Deus a aguardar a chegada do corpo de Navalny.

A equipa do principal opositor do regime russo revelou, num vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter), a existência de filas enormes de pessoas, de várias horas, para homenagear Navalny.

As exéquias do principal opositor do regime russo tiveram início pelas 14h00 locais (11h00 em Lisboa). Depois, o corpo seguiu para o cemitério de Borisovskoye, onde foi sepultado pelas 16h00 locais (13h00 em Lisboa).

Eis o momento em que o corpo de Navalny chegou à igreja 'debaixo' de aplausos dos presentes:

A cerimónia foi curta, de cerca de meia hora. A equipa de Navalny informou que menos de 300 pessoas foram autorizadas a entrar na igreja para a sua cerimónia de despedida, que foi realizada "o mais rapidamente possível".

De seguida, o corpo seguiu para o cemitério de Borisovskoye - acompanhado de milhares de pessoas que seguiram o cortejo fúnebre.

Os apoiantes reuniram-se então no cemitério, com muitos jovens entre eles, alguns com flores, outros a chorar, enquanto gritavam 'Obrigada Alexei' ou 'Putin assassino'.

A polícia bloqueou entretanto o carro funerário que transporta o caixão de Navalny, denunciou a Fundação Anti-Corrupção.

"Por causa disso, o carro que transporta o caixão esteve parado junto ao cemitério e não estavam a retirar Alexei", podia ler-se na publicação.

O corpo foi entretanto liberado e colocado perto da cova, onde várias pessoas o homenagearam.

"Vão abrir o caixão e a família vai despedir-se. O caixão será baixado. Depois, todas as pessoas poderão aproximar-se e atirar um punhado de terra", revela a fundação nas redes sociais.

Ao som da célebre música de Frank Sinatra 'My Way' ('À Minha Maneira'), Navalny foi, por fim, enterrado perante milhares de russos - que desafiaram ameaças de detenção e comprovaram a popularidade do opositor de Putin.

"Não sei viver sem ti, mas vou tentar": as reações da mulher e do irmão

A mulher, Yulia Navalnaya, não pôde marcar presença no funeral por estar exilada, mas deixou uma mensagem nas suas redes sociais, acompanhada de um emocionante vídeo, que inclui uma complicação de imagens de Yulia e Alexei, num breve olhar pela vida de ambos, incluindo os últimos meses.

"Não sei viver sem ti, mas vou tentar deixar-te feliz por mim e orgulhoso de mim, aí em cima. Não sei se aguento ou não, mas vou tentar. Obrigado por 26 anos de felicidade absoluta. Sim, mesmo nos últimos três anos. Pelo amor, por sempre me apoiares, por me fazeres rir mesmo na prisão, pelo facto de teres sempre pensado em mim", escreveu.

Mulher de Navalny despede-se: "Não sei viver sem ti, mas vou tentar"

Alexei Navalny foi esta sexta-feira a enterrar em Moscovo, depois de uma curta cerimónia. Milhares de pessoas estiveram presentes, mas a mulher, Yulia Navalnaya, não pôde marcar presença por estar exilada.

Notícias ao Minuto com Lusa | 13:32 - 01/03/2024

Também o irmão, Oleg Navalny, esteve ausente pelos mesmos motivos. "Dorme bem mano e não te preocupes com nada", escreveu Oleg Navalny na legenda da publicação que reúne um conjunto de imagens de momentos vividos pelos dois.

De acordo com os meios de comunicação russos, o irmão do opositor russo foi colocado na lista de procurados do país, poucos dias após a morte de Alexei Navalny.

"Dorme bem e não te preocupes com nada". Navalny homenageado pelo irmão

Alexei Navalny foi esta sexta-feira a enterrar em Moscovo, depois de uma curta cerimónia. A mulher, Yulia Navalnaya, e o irmão Oleg foram as grandes ausências do funeral.

Daniela Carrilho | 15:05 - 01/03/2024

Desconhecidos ameaçados "para que não levassem o corpo para lado nenhum"

Na quinta-feira, já havia preparativos para o funeral do opositor russo, tendo sido descarregadas cercas em metal junto à igreja da Mãe de Deus, pressupondo-se que o momento seria dotado de uma forte segurança - o que está efetivamente a acontecer.

A equipa de Navalny anunciou que os serviços funerários se recusaram a levar o seu corpo da morgue para a igreja. Os agentes funerários "receberam contactos de desconhecidos, ameaçando-os para que não levassem o corpo de Alexei para lugar nenhum".

Corpo devolvido à mãe (mas com condições)

O corpo de Navalny foi devolvido à sua mãe no sábado, depois de ter ficado retido mais de uma semana pelas autoridades russas. Liudmila Navalnaya tentava recuperar os restos mortais do seu filho e as autoridades impuseram a condição de que o enterro fosse secreto.

Segundo observadores, o Kremlin receava que o funeral se tornasse um acontecimento público, especialmente porque a Rússia deverá realizar eleições presidenciais em meados de março, nas quais se espera que Vladimir Putin - que não reagiu à morte do seu principal crítico - volte a triunfar.

Morte: "Causas naturais" ou "murro no coração"?

As autoridades russas atribuíram a sua morte a "causas naturais", mas a equipa da figura de proa da oposição russa culpa o governo e, em particular, Putin.

Outra das 'teorias' para a sua morte é que Navalny poderá ter sido forçado a passar entre duas horas e meia a quatro horas num espaço de confinamento solitário ao ar livre, onde as temperaturas podiam cair aos 27ºC negativos. De seguida, foi provavelmente morto com um "murro no coração" - uma técnica ensinada aos agentes das forças especiais da KGB, segundo o fundador do grupo de direitos humanos Gulagu.net, Vladimir Osechkin.

Navalny já tinha sobrevivido a um envenenamento.

Recorde-se que Alexei Navalny morreu a 16 de fevereiro na prisão do Ártico para onde tinha sido transferido em dezembro de forma a cumprir a pena de 19 anos de reclusão a que tinha sido condenado.

[Notícia atualizada às 15h52]

Leia Também: Funeral de Navalny realiza-se hoje após incidentes com entrega do corpo

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