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Jornalista e envenenada. Por segurança, Elena muda de país todos os meses

O testemunho de Elena Kostyuchenko foi partilhado no domingo pela TV Globo. A jornalista russa, de 35 anos, falou sobre as informações que o seu editor recebeu, segundo as quais as autoridades russas foram autorizadas a matá-la.

Jornalista e envenenada. Por segurança, Elena muda de país todos os meses
Notícias ao Minuto

17:26 - 19/02/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Alexei Navalny

Dias depois da morte do opositor russo Alexei Navalny, a jornalista russa Elena Kostyuchenko falou com a TV Globo e prestou o seu testemunho sobre a insegurança que sente.

"Não tenho residência fixa, por questões de segurança", explicou numa reportagem exibida no domingo, referindo que todos os meses muda de país.

Kostyuchenko trabalha para o jornal russo Novaya Gazeta, publicação que tem vindo a estar ‘na mira’ do Kremlin, e que faz jornalismo de investigação.

Segundo as publicações internacionais, já se contam seis jornalistas desta publicação assassinados e, conforme já era conhecido, Elena Kostyuchenko chegou a ser envenenada.

Tudo terá acontecido o ano passado na Alemanha, e, segundo o que contou o seu editor, chegou mesmo a receber informações de que o Kremlin tinha dado ordens para que esta fosse morta. "O meu editor recebeu informações de que os soldados russos tinham ordens não para me deter, mas sim para me matar", esclareceu.

Elena Kostyuchenko viajava de comboio para Berlim em outubro passado, quando adoeceu abruptamente, num caso que levou as autoridades alemãs a investigar uma suspeita de tentativa de envenenamento.

A mulher, de 35 anos, foi uma entre três jornalistas russos exilados que adoeceram com sintomas de envenenamento em capitais europeias durante o mesmo período, segundo o 'site' de investigação The Insider.

A jornalista falou ainda sobre a detenção de Navalny, explicando que um dos seus colegas do jornal lhe falou sobre os dias antes da morte do opositor. "O meu colega falou com um dos prisioneiros e ele disse-lhe que os preparativos para a ‘morte súbita’ começaram na noite anterior. Foi assassinado. Não sei como o podemos provar, se não entregarem o corpo", referiu.

A jornalista apontou ainda que a detenção de Navalny era muito dura, classificando-a como uma "tortura contínua". 

A morte do opositor foi anunciada na sexta-feira, tendo as autoridades russas referido que este morreu subitamente, após ter-se sentido mal durante uma caminhada.

Já esta segunda-feira,  a viúva do opositor, Yulia Navalnaya acusou as autoridades russas de esconderem o corpo de Alexei Navalny enquanto esperam que os vestígios do agente nervoso Novichok com que diz que o envenenaram desapareçam. 

"Vladimir Putin matou o meu marido", referiu num vídeo publicado. 

Instando os seus apoiantes a agirem, acrescenta: "Peço-vos que fiquem ao meu lado. Peço-vos que partilhem a raiva comigo. Raiva, raiva, ódio contra aqueles que ousaram matar o nosso futuro".

A família tem acusado a Rússia de impedir o acesso ao corpo de Navalny. Dmitri Peskov, questionado sobre a demora na entrega do corpo do opositor aos familiares, afirmou que esta questão não está relacionada "às funções da administração presidencial russa".

Também hoje a mãe do opositor foi impedida de entrar na morgue " A mãe de Alexei e os seus advogados chegaram à morgue esta manhã. "Não foram autorizados a entrar. Um dos advogados foi literalmente empurrado para fora. Quando perguntaram à equipa se o 'corpo de Alexei estava lá, ele não respondeu', disse a porta-voz de Navalny, Kira Iarmich, nas redes sociais.

Leia Também: Viúva de Navalny afirma que marido foi envenenado com Novichok

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