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Viúva de ex-espião diz que Ocidente "precisa salvar" críticos de Putin

Marina Litvinenko referiu que não tem medo de criticar o regime russo, e que muitas pessoas no país têm "vidas mais perigosas".

Viúva de ex-espião diz que Ocidente "precisa salvar" críticos de Putin
Notícias ao Minuto

10:13 - 19/02/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Alexei Navalny

A viúva do ex-espião Alexander Litvinenko, crítico de Vladimir Putin que morreu envenenando em 2006, disse que os opositores do presidente da Rússia precisam do apoio do Ocidente.

Na sequência da morte de Alexei Navalny, Marina Litvinenko deu uma entrevista à Sky News, durante a qual acusou Putin de ser um "monstro" e referiu que ficou em "choque" após a morte de Navalny ter sido anunciada – não tendo, no entanto, dúvidas, que o presidente russo é o responsável.

Questionada sobre se não tinha medo de falar contra o regime russo, a mulher, que vive em Londres, respondeu que não e acrescentou que viver com medo é o que Putin quer.

"Penso mais nas pessoas que estão a viver na Rússia, têm vidas mais perigosas", continuou, falando depois sobre a importância de um apoio ocidental.

"[Críticos de Putin] Precisam de apoio, e nós vivemos no Ocidente. Precisamos de apoiar as pessoas que estão na Rússia. Precisamos de fazer de tudo para salvar as vidas dessas pessoas, caso contrário Putin vai alcançar os seus objetivos", atirou.

A mulher, de 62 anos, foi também questionada sobre de que forma é que os governos poderiam fazer para ajudar os prisioneiros políticos na Rússia. À pergunta, Marina respondeu que era necessário que os governantes se questionassem se as sanções contra pessoas ou organizações russas que resultam efetivamente.

"Depois das sanções, há ainda empresas que contribuem para a economia russa com materiais essenciais que são usados na guerra [na Ucrânia]", respondeu, deixando a pergunta: "E essa é a grande questão: as sanções funcionam?"

O marido de Marina, Alexander Litvinenko, um agente da KGB, posteriormente Serviço Federal de Segurança, exilado no Reino Unido após revelações - muitas delas inverificáveis -, morreu aos 43 anos em 23 de novembro de 2006, cerca de 20 dias depois de ter sido envenenado com polónio 210, uma substâncias radioativa bastante tóxica.

Já depois do anúncio da morte de Navalny, Marina tinha dito que não foi apenas um dia triste para a família do opositor, como para “muitos russos que sonham com um futuro melhor para o seu país”.

Marina Litvinenko, que há muito luta para que as circunstâncias da morte do marido sejam esclarecidas, apelou à viúva do opositor para que garanta que a comunidade internacional "nunca se esqueça" da morte do marido.

"Não basta falar sobre isso ontem, hoje e talvez por mais alguns dias. Teremos de falar sobre isso o tempo que for necessário até que Yulia obtenha justiça", reforçou.

O inquérito público britânico concluiu em 2016 que Vladimir Putin "provavelmente aprovou" a morte de de Alexander Litvinenko, perpetrado segundo o mesmo pelo empresário Dmitri Kovtoun e pelo antigo agente secreto que se tornou deputado, Andreï Lugovoi, com quem o ex-espião tomou chá no 1.º de novembro de 2006.

Leia Também: Ocidente culpa Putin por morte de Navalny. Moscovo diz ser "inadmissível"

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