"Enquanto falamos, Alemanha, França e Itália enviam armamento que está a ser usado em Rafah para matar pessoas", acusou o economista grego Yanis Varoufakis à agência de notícias Al Jazeera, nesta segunda-feira, sobre os ataques israelitas na Faixa de Gaza.
O economista acusou ainda o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, de hipocrisia, por argumentar, em simultâneo, que não está a ser aplicada suficiente pressão sobre Telavive.
Nas mesmas declarações, Varoufakis argumentou que "nós europeus é que criamos o problema".
"Estamos a desempenhar um papel cruel na perpetuação" do conflito, continuou o antigo ministro das Finanças grego.
Enquanto a posição oficial da União Europeia é a de defender a solução de dois Estados, os países europeus estão "completamente" a apoiar o governo de Netanyahu, disse Varoufakis, acusando o líder do governo israelita de ter como "trabalho da sua vida" a "destruição de qualquer perspetiva de estado palestiniano".
No domingo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou ao exército que preparasse uma ofensiva contra Rafah, onde chegaram, nas últimas semanas, mais de 1,3 milhões de palestinianos em fuga da guerra.
O exército de Israel disse, por sua vez, ter realizado "uma série de ataques contra alvos terroristas na área de Shabura", uma zona de Rafah.
Segundo as autoridades palestinianas, a operação causou a morte de pelo menos sete pessoas e testemunhas citadas pela agência de notícias Associated Press mencionaram pelo menos 17 ataques aéreos, além de disparos de helicópteros.
A 7 de outubro, o movimento islamita Hamas lançou um ataque em solo israelita que desencadeou o conflito com o grupo palestiniano na Faixa de Gaza. O ataque fez mais de 1.100 mortos e cerca de 250 reféns, sendo que mais de 100 continuam em cativeiro.
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