UE quer cooperar com Indo-Pacífico para salvaguardar Mar Vermelho
O alto-representante da União Europeia (UE) para a Política de Segurança, Josep Borrell, defendeu hoje a cooperação com o Indo-Pacífico como essencial assegurar a navegação de cargueiros no Mar Vermelho, ameaçados por ataques das milícias do Iémen.
© Israel Defense Forces/Anadolu via Getty Images
Mundo Segurança
Na abertura de uma iniciativa entre a UE e os países do Indo-Pacífico, em Bruxelas, Josep Borrell apelidou os ataques das milícias houthis de um "verdadeiro problema".
"É um verdadeiro problema para o nosso modelo de negócio, para a segurança dos fornecedores e a liberdade de navegação", sustentou.
Para o também alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros o problema é maior do que as consequências económicas: é uma questão que colocam em causa a paz e a estabilidade de vários países, ainda mais quando está fragilizada pelo conflito na Ucrânia e no Médio Oriente.
Josep Borrell recordou que a UE está a esquematizar a missão naval no Mar Vermelho para escoltar cargueiros e outros navios, que, em princípio, vai ser aprovada em 19 de fevereiro.
Intitulada "Aspídes" (que em grego significa "escudos"), a missão, insistiu Josep Borrell, vai ser apenas defensiva e estão descartadas ações militares para ripostar contra posições das milícias houthis no Iémen, como decidiram os Estados Unidos da América e o Reino Unido.
Na conferência participaram 70 delegações das duas regiões e o alto-representante para os Negócios Estrangeiros do bloco comunitário aproveitou para sugerir que há "um interesse óbvio" no trabalho conjunto entre a UE e os países do Indo-Pacífico, para evitar que estes ataques, cada vez mais recorrentes, assim como o conflito no Médio Oriente "ensombrem a estabilidade e prosperidade mundiais".
"É uma cicatriz aberta na pele da Terra", lamentou.
As milícias houthis começaram a atacar navios no Mar Vermelho como resposta à incursão militar que Israel está a levar a cabo desde o início de outubro na Faixa de Gaza.
As tropas israelitas têm bombardeado incessantemente o enclave palestiniano em resposta a um atentado em 07 de outubro perpetrado pelo movimento islamista Hamas, sediado na Faixa de Gaza.
O apoio inicial da comunidade internacional, que advogava o direito de Israel a defender-se de ataques considerados terroristas, acabou por degenerar em críticas ao modo com Israel bombardeava indiscriminadamente o território palestiniano e pelo elevado número de mortos em apenas dois meses - mais de 20.000, no território com a população mais jovem do mundo, composto maioritariamente por mulheres e crianças, de acordo com as Nações Unidas.
O houthis começaram a atacar navios para exigir um cessar-fogo.
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