Putin ordena construção de quebra-gelo nuclear para operar no Ártico
O Presidente russo, Vladimir Putin, deu hoje luz verde para a construção de um quebra-gelo nuclear, denominado "Leninegrado", crucial para as ambições polares de Moscovo, que quer fazer das águas do Ártico uma rota comercial essencial para a Ásia.
© Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS
Mundo Rússia/Ucrânia
"[O navio] terá de operar na rota do Mar do Norte, participar nos mais importantes programas de exploração e investigação do Ártico e garantir a entrega de mercadorias", disse Vladimir Putin num discurso nos estaleiros do Báltico, em São Petersburgo.
A sua futura implantação deverá ajudar Moscovo a garantir a supremacia no Ártico, enquanto Moscovo confrontado na região com as ambições de outras potências, nomeadamente a China, mas também dos seus rivais ocidentais, incluindo os Estados Unidos.
O navio chamar-se-á "Leninegrado", o nome soviético de São Petersburgo, "uma nova homenagem" à coragem dos habitantes da antiga capital imperial face aos nazis, sublinhou Vladimir Putin, na véspera das celebrações que assinalam o 80.º aniversário do fim do cerco da cidade no noroeste da Rússia durante a Segunda Guerra Mundial.
Este novo navio, movido a energia nuclear, a ser construído pela gigante atómica Rosatom e com mais de 170 metros de comprimento, será capaz de quebrar gelo até três metros de profundidade.
Desde 2022, a Rússia tem redirecionado os seus fornecimentos de hidrocarbonetos para a Ásia, que são vitais para a sua economia atingida pelas sanções ocidentais, estando o mercado europeu quase completamente fechado como resultado da invasão da Ucrânia.
Esta conjuntura explica a necessidade urgente de aumentar e modernizar a sua frota de quebra-gelos nucleares, que permitem abrir caminho a petroleiros e outros transportadores de hidrocarbonetos extraídos principalmente na Sibéria.
Para desenvolver o comércio através das águas congeladas do Ártico, as autoridades russas contam finalmente com a "Rota do Mar do Norte", que tem sido tornada mais navegável devido ao derretimento do gelo causado pelas alterações climáticas.
O líder da Rosatom, Alexeï Likhatchiov, indicou hoje que 36 milhões de toneladas de mercadorias transitaram por esta rota marítima em 2023, "um recorde".
A Rússia, único país do mundo que possui uma frota de quebra-gelos nucleares, estreou três novos navios nos últimos anos e outro barco gigantesco, com mais de 200 metros de comprimento, deverá ficar pronto em 2027.
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