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EUA e Reino Unido não assumem responsabilidade pelos ataques ao Iémen

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) afirmou hoje os Estados Unidos, o Reino Unido e os seus parceiros não assumiram ainda a responsabilidade pelos ataques ilegais que cometem há anos contra o Iémen.

EUA e Reino Unido não assumem responsabilidade pelos ataques ao Iémen
Notícias ao Minuto

13:42 - 24/01/24 por Lusa

Mundo Iémen

"Em 11 de janeiro, os Estados Unidos e o Reino Unido começaram a realizar ataques aéreos no Iémen em resposta aos ataques ilegais dos Huthis a navios comerciais no Mar Vermelho", referiu a ONG.

Segundo a HRW, ao entrarem neste novo capítulo do conflito armado no Iémen, "os Estados Unidos e o Reino Unido ainda não garantiram a responsabilização por possíveis violações do direito humanitário internacional e pelos prováveis crimes de guerra que estes e os seus parceiros cometeram no país durante anos".

Para a organização, os Estados Unidos começaram a conduzir "operações de assassínio seletivo" no Iémen em 2002 contra a Al-Qaida na Península Arábica (AQAP).

Os ataques continuaram pelo menos até 2019 e mataram muitos civis, incluindo 12 pessoas que participavam num casamento em 2013. Na altura, segundo a HRW, as autoridades norte-americanas falharam em reconhecer e investigar as mortes de civis nesse ataque.

"Os EUA e o Reino Unido também têm apoiado a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos no seu conflito com os Huthis no Iémen desde 2015. Contribuíram com armas no valor de milhares de milhões de dólares, bem como com apoio logístico, o que facilitou prováveis crimes de guerra da coligação e a cumplicidade dos EUA e do Reino Unido nos mesmos", afirmou a ONG.

Para a HRW, o Governo norte-americano "obstruiu as investigações sobre as vendas de armas à Arábia Saudita", nomeadamente pelo Reino Unido, "apesar dessas armas serem utilizadas pela coligação para cometer aparentes violações do direito humanitário internacional e crimes de guerra".

"As potências ocidentais têm falhado consistentemente no apoio adequado à sociedade civil local [do Iémen] e aos mecanismos de responsabilização e justiça que são a base para a estabilidade a longo prazo e para a manutenção da adesão ao direito internacional", referiu a organização não-governamental dos direitos humanos.

Nem os EUA nem o Reino Unido, segundo a HRW, apoiaram os esforços para estabelecer um novo mecanismo de investigação no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, depois que o grupo de peritos enviados ao Iémen ter sido dissolvido em 2021, devido aos esforços agressivos da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.

"Ao lançar novos ataques e expandir o conflito no Iémen sem tomar quaisquer medidas significativas para apoiar adequadamente os processos judiciais, os Estados Unidos e o Reino Unido não deram aos iemenitas nenhuma razão para acreditar que desta vez darão prioridade aos direitos e ao direito internacional", referiu a ONG.

O Mar Vermelho, que dá acesso ao Canal do Suez, é essencial para o comércio internacional.

Os ataques dos Huthis levaram os Estados Unidos a criar uma força multinacional de proteção marítima no Mar Vermelho, denominada "Prosperity Guardian". Os europeus estão a ponderar a criação de uma missão de proteção dos navios mercantes no Mar Vermelho.

Os ataques dos huthis estão relacionados com a guerra de Israel contra o Hamas, iniciada em 07 de outubro, após um ataque do grupo islamita palestiniano em solo israelita ter causado cerca de 1.200 mortos. A resposta israelita provocou mais de 25 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo o Hamas.

Leia Também: Reino Unido disposto a lançar novos ataques contra Huthis

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