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DeSantis diz que perdoaria Trump se for eleito presidente dos EUA

O governador da Flórida tem criticado o antigo presidente na corrida às presidenciais, mas tem também defendido enquanto Trump é acusado na justiça de vários crimes relacionados com fraude eleitoral, insurreição, entre outros.

DeSantis diz que perdoaria Trump se for eleito presidente dos EUA

Com Donald Trump embrulhado em processos com a justiça e com tribunais a começarem a decidir sobre a inclusão do antigo presidente nas eleições presidenciais, o seu rival nas primárias republicanas e candidato à Casa Branca, Ron DeSantis, deixou claro que irá perdoar Trump de todos os crimes caso seja eleito para a presidência dos Estados Unidos.

Durante um evento de campanha no estado do Iowa, um dos primeiros estados a votar para as primárias do partido conservador, DeSantis foi confrontando pelos jornalistas sobre a situação jurídica do seu adversário e reiterou que a sua posição não é nova.

"Acho que precisamos de seguir em frente como o país, como [Gerard] Ford fez com [Richard] Nixon, porque as divisões não estão no interesse do país", disse o candidato e governador da Flórida.

A campanha de DeSantis confirmou à NBC News que perdoar Trump é uma promessa de campanha, caso o governador seja eleito em novembro de 2024 para a Casa Branca.

As declarações de Ron DeSantis, num evento num centro de militares reformados no Iowa, foram as mais contundentes desde o início da campanha às eleições presidenciais deste ano. O governador, um antigo aliado e protegido do antigo presidente, que beneficiou muito do crescimento de Donald Trump para converter a Flórida num bastião republicano e nacionalista, tinha até agora sido vago sobre o que achava dos vários processos que envolvem Trump.

Numa entrevista em junho à televisão ultraconservadora Fox News, DeSantis foi abordado sobre um hipotético perdão presidencial a Trump, respondendo que fará "o que for melhor para o país".

"Não considero que seja bom para o país que um antigo presidente de quase 80 anos seja mandado para a prisão", sublinhou.

Donald Trump continua a ser, de longe, o principal favorito à nomeação pelo Partido Republicano às presidenciais de novembro, nas quais o candidato republicano irá defrontar o atual presidente democrata, Joe Biden. DeSantis continua a tentar disputar as primárias, mas a luta tem-se feito praticamente pelo segundo lugar, com Nikki Haley a assumir um papel cada vez mais forte nas últimas semanas.

DeSantis, que ganhou muito protagonismo durante a pandemia como um conservador radical, contra medidas antirracistas e de igualdade de género, entrou na corrida à Casa Branca sendo um dos grandes favoritos da elite republicano para afastar o partido das garras de Trum; mas a sua campanha, marcada por gaffes e por falta de capacidade em se distanciar do antigo presidente, revelou-se até agora uma deceção.

Mas os recentes desenvolvimentos na justiça deram algum alento tanto a DeSantis como Haley. As decisões dos tribunais dos estados do Colorado e do Maine de desqualificar Trump das eleições nesses estados, devido a acusações de insurreição no âmbito do ataque ao Capitólio de janeiro de 2021, deverão ter poucos efeitos práticos e foram rapidamente contestadas, mas a hipótese de o antigo presidente ficar efetivamente de fora dos boletins de voto pode significar uma janela de oportunidade para DeSantis e para a antiga embaixadora norte-americana nas Nações Unidas.

Também Nikki Haley, que se destacou no decorrer dos debates às primárias republicanas, vincou que irá perdoar Trump se este for considerado culpado dos crimes de tentativa de reverter as eleições de 2020, de ter alegadamente levado documentos classificados, de alegada fraude fiscal e de muitos outros crimes do qual é suspeito.

Já Chris Christie, outro candidato ainda na corrida e um dos maiores críticos do ex-líder no seu próprio partido, afastou esse cenário, preferindo antes que as autoridades "cheguem ao fundo da verdade" e salientando que os EUA não seriam "melhores do que muitas dessas democracias pobres em torno do mundo" se Trump fosse perdoado.

Leia Também: EUA. Com Trump isolado (e não só), Haley e DeSantis lutam pelo 2.º lugar

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