"Determinei que membros das Forças Armadas sudanesas e das Forças de Apoio Rápido (RSF) cometeram crimes de guerra no Sudão", afirmou o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken em comunicado, acusando "membros das RSF e milícias aliadas" de terem cometido "crimes contra a humanidade e atos de limpeza étnica".
O exército sudanês e os seus rivais paramilitares "devem pôr termo a este conflito agora, cumprir as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário e dos direitos humanos e levar a tribunal os responsáveis pelas atrocidades", acrescentou Blinken no comunicado.
O Sudão mergulhou no caos em 15 de abril deste ano, quando se transformaram em guerra aberta as tensões há muito latentes entre os militares, liderados pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as RSF, comandadas por Mohamed Hamdan Dagalo, ex-número dois no Conselho Soberano - a junta militar que tomou o poder no país no golpe que depôs o antigo ditador Omal al-Bashir, em abril de 2019.
A guerra no Sudão causou até agora mais de 9.000 mortos e mais de7,1 milhões de deslocados internos e refugiados, o que faz do Sudão o país com mais deslocados no mundo, segundo as Nações Unidas.
Os combates reduziram a capital do Sudão, Cartum, a um campo de batalha urbano, sem que nenhuma das partes tenha conseguido obter o controlo da cidade.
Tanto as forças armadas sudanesas como as RSF foram acusadas pela Amnistia Internacional de crimes de guerra em larga escala, incluindo assassínios deliberados de civis e violações e outras agressões sexuais.
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