Estudo. Desinformação em alterações climáticas é persistente e resistente

A desinformação sobre o clima é persistente, difícil de combater e resiste às provas científicas, com a realidade das alterações climáticas a ser ainda posta em causa, indica um estudo hoje divulgado.

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Lusa
30/11/2023 16:49 ‧ 30/11/2023 por Lusa

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Quando as consequências das alterações climáticas são visíveis, seja o derretimento dos glaciares, a subida do nível do mar, ou as ondas de calor extremo, um terço da população mundial continua a duvidar e a contestar esses factos, alerta-se num comunicado sobre o estudo , da responsabilidade de uma equipe da Universidade de Genebra, Suíça.

Os cientistas confirmaram que são os seres humanos os responsáveis ​​principalmente pela tração do aquecimento global, mas um terço da população duvida ou contesta esse consenso, especialmente porque sobre estes materiais há muita desinformação, difusão por "interesses instalados" e extremamente persuasivos.

O pesquisador, no estudo publicado na revista científica "Nature Human Behavior", testaram seis intervenções psicológicas em cerca de 7.000 participantes de 12 países, concluindo que é preciso reforçar os esforços para combater a desinformação no que diz respeito às alterações climáticas.

Tobia Spampatti, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Genebra, explica no documento que as pessoas não processam as mensagens científicas como receptores neutros de informação, mas ponderando-as em relação a implicações, resultados desejados, laços emocionais e antecedentes socioculturais e ideológicos.

Dependendo desses fatores que são anticientíficos podem ser amplificados e resistirem à correção, diz o primeiro autor do estudo.

No trabalho, o pesquisador desenvolveu seis estratégias de intervenção psicológica para evitar que a desinformação sobre o clima afetasse especificamente e comportamentos. Cada estratégia estava ligada a temas diferentes, como o consenso científico, a confiança nos cientistas ou a informação transparente, entre outros.

Em cada estratégia/grupo foram recebidas informações diferentes. O grupo sobre confiança nos cientistas por exemplo recebeu informações confirmadas e verificadas que demonstraram a atualização dos cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC).

Na fase seguinte, cada grupo foi sujeito a 20 informações falsas ou tendenciosas, dez sobre a ciência do clima e dez sobre a política climática.

Após estas intervenções os cientistas descobriram que o efeito protetor das seis estratégias desaparecia após a segunda exposição à desinformação.

Em conclusão, disseram os cientistas, a desinformação é "extremamente persuasiva, aparentemente mais do que a informação científica", e teve neste caso uma influência negativa na opinião das pessoas nas alterações climáticas.

“É cada vez mais urgente lutar contra este fenómeno, que atrasa a aplicação de certas medidas urgentes de atenuação das alterações climáticas”, disse Tobia Spampatti.

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