Joe Biden atribui derrota de Kamala Harris ao "sexismo" e racismo

O ex-presidente norte-americano Joe Biden reconheceu que é o responsável pela vitória de Donald Trump no outono passado, mas atribui a derrota de Kamala Harris, pelo menos em parte, ao sexismo e ao racismo.

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© Tierney L. Cross/Bloomberg via Getty Images

Lusa
08/05/2025 23:43 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Joe Biden

Biden, que deixou o cargo em janeiro, abordou hoje a desastrosa eleição dos democratas em 2024, as preocupações sobre a sua idade e a liderança divisória de Trump durante uma entrevista no programa 'The View', da ABC.

 

O democrata de 82 anos disse que evitou intencionalmente falar publicamente até esta semana para dar ao presidente republicano mais de 100 dias no cargo sem a sua interferência, como costuma ser tradição após uma mudança na Casa Branca.

Questionado sobre a última eleição, Biden disse estar surpreendido com o papel que o género e a raça tiveram na corrida.

"Seguiram o caminho sexista", apontou Biden sobre as críticas de que "uma mulher não poderia liderar o país e uma mulher de raça mista".

E acrescentou: "Eu estava no comando e ele [Trump] ganhou, por isso assumo a responsabilidade".

Biden afastou-se bastante da política nacional desde que deixou a Casa Branca. Não se espera que desempenhe um papel central nos assuntos democratas, à medida que o partido se vira para uma nova geração de liderança.

O democrata reconheceu hoje, no entanto, que manteve contacto regular com Harris e ofereceu a sua orientação sobre o seu futuro político.

"Ela tem uma decisão difícil a tomar sobre o que vai fazer. Espero que continue empenhada", frisou Biden, recusando-se a partilhar os seus conselhos específicos.

Biden rejeitou as preocupações sobre o seu declínio cognitivo motivado por um desempenho desastroso no debate de junho passado.

Recusou também criticar os líderes democratas que o pressionaram privadamente a abandonar a sua campanha.

"A única razão pela qual desisti da corrida [eleitoral] foi porque não queria ter um Partido Democrata dividido", frisou, acrescentando que o partido em geral não acreditou nas preocupações sobre a sua idade após o desempenho terrível no debate.

"Mas a liderança democrata e alguns dos contribuidores mais significativos acreditaram", acrescentou.

As sondagens, no entanto, sugerem que as preocupações entre os democratas eram generalizadas.

Em janeiro de 2022, apenas um ano após o primeiro mandato de Biden, uma sondagem AP-NORC descobriu que apenas 48% dos democratas queriam que ele se recandidatasse.

Este número caiu para 37% dos democratas numa sondagem AP-NORC realizada em fevereiro de 2023. E depois do fracasso do debate, quase dois terços dos democratas disseram que Biden deveria desistir da corrida.

A aparição de hoje marcou também a primeira entrevista conjunta de Biden com a ex-primeira-dama Jill Biden desde que deixou Washington.

Rejeitou a tese de que Jill criou um casulo protetor à volta do marido enquanto estava no cargo para o proteger do escrutínio sobre a sua idade.

"Foi muito doloroso, especialmente vindo de alguns dos nossos ditos amigos", sublinhou a ex-primeira-dama sobre as críticas.

"Estive com o Joe dia e noite... e não criei um casulo à volta dele", garantiu.

"Viram-no na Sala Oval. Viram-no a fazer discursos. Ele não estava escondido em lado nenhum", insistiu.

O ex-presidente não se conteve quando a conversa mudou para o desempenho profissional de Trump.

"Ele teve os piores 100 dias que qualquer presidente já teve", vincou Biden.

O diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung, reagiu às declarações de Biden, acusando o ex-presidente de ser "uma completa vergonha para este país e para o cargo que ocupou".

"Perdeu claramente todas as faculdades mentais, e os seus conselheiros acharam que seria uma boa ideia ele fazer uma entrevista e resmungar incoerentemente em cada resposta. Infelizmente, isto parece abuso", apontou.

Leia Também: Ex-presidentes Obama e Biden saúdam eleição de compatriota para Papa

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