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Moldova. PAS falha conquista da capital e acusa Moscovo de interferência

O Partido de Ação e Solidariedade (PAS, pró-europeu), no poder na Moldova, falhou domingo a vitória em Chisinau na primeira volta das eleições municipais, segundo os resultados preliminares publicados hoje, e acusou a Rússia de interferência durante a campanha.

Moldova. PAS falha conquista da capital e acusa Moscovo de interferência
Notícias ao Minuto

18:37 - 06/11/23 por Lusa

Mundo Moldova

O PAS foi derrotado em Chisinau pelo presidente da câmara cessante, Ion Ceban, um antigo membro do Partido Socialista pró-russo que agora se afirma pró-ocidental e que com o seu novo partido, o Movimento Alternativo Nacional (MAS), conseguiu um segundo mandato com quase 51% dos votos, contra apenas 28% do PAS.

Antes da primeira volta, no domingo, a presidente do PAS, Maia Sandu, tinha declarado que "os partidos pagos pelo Kremlin e disfarçados de partidos pró-europeus" tentariam "subjugar" a antiga República Soviética a "interesses estrangeiros" e acusou-os de compra de votos.

Dois dias antes das eleições, o governo pró-europeu desqualificou os candidatos do partido pró-russo Chance, acusado de ter beneficiado de um financiamento secreto da Rússia para a sua campanha.

Este partido está ligado ao empresário Ilan Shor, em fuga, condenado à revelia por fraude e cuja extradição para Israel é exigida pela Moldova.

O PAS, que tinha feito destas eleições "um teste ao rumo europeu da Moldova", declarou, no entanto, que tinha ficado em primeiro lugar em cerca de dois terços das regiões e que tinha ganho as eleições em 240 das 898 câmaras municipais em causa, garantindo que vai à frente em 19 das 35 circunscrições eleitorais.

Segundo a lei eleitoral moldava, no caso de nenhum candidato a presidente da câmara receber mais de 50% dos votos, os dois candidatos com mais votos terão de disputar uma segunda, que está prevista para 19 deste mês.

A Moldova denuncia regularmente as tentativas da Rússia de desestabilização.

Sobre a campanha, os observadores eleitorais destacados pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) lamentaram, numa declaração, tanto a "restrição" governamental, em nome do estado de emergência, da "liberdade de expressão e do direito de se apresentar", como a "interferência do exterior".

Na sequência da invasão russa do seu grande vizinho ucraniano, a Moldova, que tem uma população de apenas 2,6 milhões de habitantes e continua a ser um dos países mais pobres da Europa, obteve o estatuto de candidato à adesão à União Europeia (UE). 

A missão de observação, liderada pelo Gabinete das Instituições Democráticas e dos Direitos Humanos da OSCE (ODIHR), afirmou no relatório preliminar que as restrições adotadas na Moldova tiveram um "impacto negativo" nas eleições locais realizadas no domingo.

As eleições, segundo os observadores, foram geridas de forma eficiente, mas "a interferência externa e as medidas restritivas impostas devido a preocupações de segurança nacional sobre a liberdade de expressão, de associação e o direito de concorrer tiveram um impacto negativo no processo".

O relatório preliminar indica ainda que as eleições se realizaram durante o estado de emergência e no meio de tensões sobre a orientação geopolítica do país.

A Comissão Eleitoral Central, segundo os observadores, trabalhou de forma transparente e profissional, apesar da falta de recursos suficientes e da aplicação de um novo código eleitoral.

Leia Também: Partido da presidente da Moldova anuncia vitória nas eleições locais

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