Desde a "grande manifestação" antigovernamental na capital Daca, na semana passada, pelo menos 7.835 pessoas foram detidas, segundo o mesmo jornal que se baseia em dados recolhidos pelos seus correspondentes em todo o país.
Em 28 de outubro, mais de 100.000 apoiantes da oposição reuniram-se em Daca a exigir a demissão do Governo liderado por Sheikh Hasina, antes das eleições marcadas para o final de janeiro de 2024.
A violência eclodiu e um polícia foi morto nos confrontos.
Desde então, as manifestações continuaram e a polícia lançou uma grande campanha de repressão dirigida ao principal partido da oposição, o Partido Nacionalista do Bangladesh (BNP, na sigla em inglês), detendo milhares de apoiantes.
O porta-voz da polícia, Abir Siddique, admitiu à agência France Press (AFP), que não conseguia dar o número exato de pessoas detidas, mas indicou que estavam implicadas em processos criminais e sujeitas a mandados de prisão.
"É impossível dar um número exato. A polícia está a fazer o seu trabalho habitual", afirmou Abir Siddique.
A polícia de Daca afirmou num comunicado anterior que, desde a semana passada, pelo menos, 2.100, pessoas foram detidas por violência durante as manifestações.
Entre os cidadãos presos estão o líder do BNP, Mirza Fakhrul Islam Alamgir, de 75 anos, e o seu número dois, o ex-ministro do Comércio, Amir Khsru Mahmud Chowdhury, segundo informou o partido.
No domingo, também o vice-presidente do BNP, Altaf Hossain Chowdhury, e ex-ministro do Interior, foi preso.
Além da morte do polícia, pelo menos, quatro manifestantes morreram desde a semana passada, segundo dados da polícia. O BNP afirmou que, pelo menos, nove dos seus militantes foram mortos e mais de 3.000 pessoas ficaram feridas.
O BNP e os seus aliados multiplicaram-se em manifestações contra a primeira-ministra, Sheikh Hasina, exigindo eleições livres e justas, sob a supervisão de um governo interino neutro.
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