O Presidente brasileiro transmitiu a Mahmoud Abbas, que pertence a um grupo político rival do Hamas, o seu apoio a um corredor humanitário e disse que "os inocentes em Gaza não podem pagar o preço da loucura daqueles que querem a guerra", segundo um comunicado do Governo brasileiro.
Além disso, Lula expressou a sua disponibilidade para ajudar na procura de um caminho para a paz, que envolva uma "solução política", e lembrou o reconhecimento do Brasil ao Estado da Palestina.
Por outro lado, o Presidente brasileiro condenou os "ataques terroristas" lançados pelo Hamas contra civis em Israel, que mataram três brasileiros, sem que o comunicado divulgado pelo Governo mencionasse diretamente o grupo islâmico.
Lula da Silva expressou-se de forma muito semelhante na conversa de quinta-feira com o Presidente de Israel, Isaac Herzog, a quem pediu que fosse permitida a entrada de ajuda humanitária no território palestiniano, pedido que até agora foi rejeitado pelo Estado israelita.
O Governo do Brasil retirou hoje 215 dos seus cidadãos de Israel, elevando para 916 o número de brasileiros repatriados desde o início do conflito.
Além disso, nas vésperas de uma provável ofensiva do Exército israelita, há 28 brasileiros presos em Gaza que o executivo tenta retirar do outro lado da fronteira com o Egito.
O Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita, que designou como operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de 'rockets' e a incursão de combatentes armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas que, recordou, foi internacionalmente classificado como organização terrorista.
Israel, que impôs um cerco total à Faixa de Gaza e cortou o abastecimento de água, combustível e eletricidade, confirmou até agora 1.400 mortos e mais de 3.000 feridos desde o início da ofensiva do Hamas, apoiada pelo Hezbollah libanês e pelo ramo palestiniano da Jihad Islâmica.
Do lado palestiniano, o Ministério da Saúde confirmou hoje que, em Gaza, os ataques da retaliação israelita fizeram pelo menos 2.215 mortos e 8.714 feridos e que também se registaram 47 mortos na Cisjordânia, bem como cerca de 600 feridos.
Segundo o porta-voz do exército de Israel, Richard Hecht, cerca de 1.200 combatentes do Hamas foram igualmente abatidos durante confrontos com as forças de segurança em território israelita.
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