Autoridades do leste da Líbia procuram milhares de desaparecidos em Derna
As autoridades líbias impediram a entrada de civis na cidade de Derna para que as equipas de busca possam procurar nos edifícios destruídos pelas cheias 10.100 habitantes ainda desaparecidos, após ter sido divulgada a morte de 11.300 pessoas.
© Alice Martins/For The Washington Post via Getty Images
Mundo Líbia
A catástrofe que se seguiu ao colapso de duas barragens, devido às fortes chuvas, com grandes inundações na cidade do leste da Líbia, na madrugada de segunda-feira, tem demonstrado a intensidade da tempestade, mas também a vulnerabilidade deste Estado rico em petróleo e dividido desde 2014 entre governos rivais a leste, em Benghazi, e a oeste, em Tripoli, apoiados por várias milícias e parceiros internacionais, respetivamente.
A cidade de Derna é governada pela administração oriental da Líbia, apoiada pelo comandante militar Khalifa Hiftar.
No âmbito das operações de socorro, foi entretanto evacuada e apenas as equipas de busca e salvamento estão autorizadas a entrar, anunciou o diretor-geral do Serviço de Ambulâncias e Emergências do leste da Líbia, Salam al-Fergany.
A catástrofe deu origem a uma rara unidade, uma vez que as agências governamentais de toda a Líbia se apressaram a prestar ajuda nas áreas afetadas, tendo os primeiros comboios de ajuda humanitária chegado a Derna na terça-feira à noite.
Os esforços das equipas socorro têm sido prejudicados pela destruição de várias pontes.
O Crescente Vermelho líbio, a principal entidade de assistência humanitária de momento em Derna, disse na quinta-feira que 11.300 pessoas morreram na cidade e que outras 10.100 estão dadas como desaparecidas.
A tempestade mediterrânica Daniel também matou cerca de 170 pessoas noutras regiões do país.
O ministro da Saúde do executivo do leste da Líbia, Othman Abduljaleel, afirmou que os enterros efetuados até agora ocorreram em valas comuns nos arredores de Derna e em vilas e cidades vizinhas.
Segundo Abduljaleel, as equipas de salvamento estão a fazer buscas em edifícios destruídos no centro da cidade e os mergulhadores estão inspecionar a costa.
Pouco depois de a tempestade ter atingido a cidade na noite de domingo, os residentes disseram ter ouvido explosões fortes, quando as barragens fora da cidade se desmoronaram.
As águas das cheias inundaram o Wadi Derna, um vale que atravessa a cidade, destruindo edifícios e arrastando pessoas para o mar.
O chefe do Gabinete das Nações Unidas para a Redução do Risco de Catástrofes, Lori Hieber Girardet, disse à Associated Press, na quinta-feira, que, devido a "anos de caos e conflito, as instituições governamentais líbias não estão a funcionar como deveriam".
"A atenção que deveria ser dada à gestão de catástrofes não é adequada", afirmou.
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