Guterres diz que golpe de 1973 no Chile foi "rutura institucional"

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o golpe de Estado de 1973 no Chile como "uma rutura institucional" e prestou homenagem às vítimas "daquele período negro", no 50.º aniversário do golpe liderado por Augusto Pinochet, hoje assinalado.

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Lusa
11/09/2023 09:52 ‧ 11/09/2023 por Lusa

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Chile

"O golpe de Estado de 1973 foi uma rutura institucional que rompeu os laços de coexistência e marcou gerações de homens e mulheres chilenos, mas também inspirou muitos a lutar pela justiça e pela liberdade", disse Guterres, que também prestou homenagem "a todas as pessoas que trabalharam incansavelmente para curar feridas e construir uma sociedade mais inclusiva e justa".

"O golpe e a morte de Allende [o então Presidente eleito Salvador Allende], sete meses antes da Revolução dos Cravos, comoveram-me profundamente, tal como as histórias de chilenos perseguidos que conheci como refugiados", acrescentou o representante da Organização das Nações Unidas (ONU), num comunicado publicado pelo seu gabinete.

Este aniversário, indicou, coincide com o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, documento que, no seu entender, deve "servir de guia para ouvir todas as vítimas e os seus entes queridos, reconhecer a sua dor e contribuir para o seu direito à verdade, à justiça, à reparação e à não repetição".

Neste sentido, Guterres sublinhou que o anúncio do Governo chileno relativo ao plano de busca de pessoas desaparecidas "reflete a necessidade de continuar a fortalecer a memória histórica, como forma de unir a sociedade e enfrentar tarefas pendentes e problemas comuns com um único futuro".

O Plano Nacional de Busca da Verdade e Justiça para as vítimas do desaparecimento forçado da ditadura de Pinochet (1973-1990), apresentado em 30 de agosto pelo Presidente Gabriel Boric, tem como objetivo esclarecer as circunstâncias do desaparecimento das vítimas e o seu paradeiro, garantir o acesso à informação e à participação dos familiares e da sociedade, e aplicar medidas de reparação e garantias de não repetição da prática do crime.

"A forte democracia chilena de hoje permite-nos esperar que a Humanidade, unida na sua diversidade, possa resolver qualquer desafio global", disse Guterres.

E acrescentou: "Neste aniversário, celebremos o compromisso chileno com a democracia e os direitos humanos e reafirmemos a nossa dedicação à construção de um mundo mais justo, solidário e pacífico."

Em 11 de setembro de 1973, o general Augusto Pinochet tomou o poder ao derrubar o então Presidente Salvador Allende. O golpe de Estado iria marcar o início de uma ditadura sangrenta que durou 17 anos, oficialmente responsável por 3.200 assassinatos e desaparecimentos.

Vários chefes de Estado e de Governo, incluindo o primeiro-ministro português, António Costa, estão no Chile para participar nas cerimónias do 50.º aniversário do golpe de Estado.

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