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Planeta vive "risco real de fragmentação" com crises profundas, diz ONU

O secretário-geral das Nações Unidas disse hoje que o planeta vive um "risco real de fragmentação", com crises nos sistemas económicos e financeiros mundiais e uma situação de segurança marcada por conflitos e guerras.

Planeta vive "risco real de fragmentação" com crises profundas, diz ONU
Notícias ao Minuto

06:23 - 07/09/23 por Lusa

Mundo António Guterres

"Existe um risco real de fragmentação - de uma Grande Fratura nos sistemas económicos e financeiros mundiais, com estratégias divergentes em tecnologia e inteligência artificial e quadros de segurança conflituosos", afirmou António Guterres, numa conferência de imprensa.

"Felicito os países membros da ASEAN pelo seu papel vital na construção de pontes de entendimento. Precisamos disso mais do que nunca, num mundo cada vez mais multipolar e que exige instituições multilaterais fortes -- baseadas na equidade, solidariedade e universalidade", vincou.

Guterres falava em Jacarta, antes da abertura da Cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e das Nações Unidas, uma das reuniões que coincide com a 43ª. Cimeira da ASEAN, que marcará o fim da presidência rotativa da Indonésia e a sua passagem para o Laos.

Um encontro, referiu, que analisará várias questões, desde a cooperação da ONU com a ASEAN até às "preocupações regionais e desafios globais" e onde Guterres pretende sublinhar a "defesa determinada da Indonésia e da ASEAN sobre a crise climática, o desenvolvimento sustentável, a não proliferação e o desarmamento".

"Unidade na diversidade não é apenas o lema nacional da Indonésia. É a chave para forjar um futuro melhor para todos nós", disse aos jornalistas.

O secretário-geral da ONU referiu-se às presentes crises globais que deixaram o planeta "esticado ao ponto de rutura" e a temas como o agravamento da "emergência climática" e o aumento de guerras e conflitos, da pobreza, das desigualdades e das "tensões geopolíticas".

Questões que exigem "cooperação em todas as frentes", e onde a ASEAN pode ter um papel construtivo, como é o caso de "desanuviar as tensões desde o Mar do Sul da China até à Península da Coreia, dando prioridade ao diálogo e promovendo o respeito pelo direito internacional", disse Guterres.

Manifestando-se "profundamente preocupado com o agravamento da situação política, humanitária e dos direitos humanos em Myanmar" (antiga Birmânia), saudou os esforços da ASEAN, através do "consenso de cinco pontos", para procurar uma solução para a crise.

"Reitero o meu apelo urgente às autoridades militares de Myanmar para que ouçam as aspirações do seu povo, libertem todos os presos políticos e abram a porta ao regresso ao regime democrático", afirmou.

António Guterres referiu-se ainda à situação económica global, considerando que é necessário "reformar a arquitetura financeira global, tornando-a verdadeiramente representativa das realidades económicas e políticas atuais, e mais reativa às necessidades das economias em desenvolvimento".

"Precisamos de estabelecer um mecanismo eficaz de reestruturação da dívida para apoiar suspensões de pagamentos, prazos de empréstimo mais longos e taxas mais baixas", disse, pedindo para canalizar 100 mil milhões de dólares (93,3 mil milhões de euros) disponíveis através de bancos multilaterais de desenvolvimento.

Guterres insistiu na necessidade de "maior cooperação no domínio do clima", perante os crescentes sinais do profundo impacto das alterações climáticas que existem soluções imediatas conjuntas.

"Ainda podemos evitar o pior do caos climático -- mas o tempo está a esgotar-se. Não temos um momento a perder", disse, referindo-se à sua proposta de um pacto de solidariedade climática, "em que todos os grandes emissores façam esforços adicionais para reduzir as emissões e os países mais ricos mobilizem recursos financeiros e técnicos para apoiar as economias emergentes".

"É necessária uma maior ambição a todos os níveis, juntamente com muito mais apoio e recursos", afirmou.

Guterres irá ainda hoje manter um breve encontro com Xanana Gusmão, primeiro-ministro de Timor-Leste, que tem estatuto de observador na ASEAN.

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