Embaixada do Japão na China "preocupada" com assédio devido a Fukushima
A embaixada do Japão na China disse hoje estar "extremamente preocupada" com os atos de assédio realizados nas proximidades das suas instalações e por telefone, desde o início da descarga de água contaminada da central nuclear de Fukushima.
© STR/JIJI Press/AFP via Getty Images
Mundo Fukushima
"É claro que lamentamos [o assédio] e estamos extremamente preocupados", disse um porta-voz da embaixada, citado pela agência de notícias France-Presse.
"Apelamos ao Governo chinês, de acordo com o Direito internacional, para que forneça segurança às embaixadas e consulados na China, incluindo algumas instalações relacionadas com o Japão e cidadãos japoneses", acrescentou.
Internautas chineses partilharam o número de telefone da embaixada nas redes sociais nos últimos dias, gerando uma onda de chamadas para reclamar do início da descarga de água da central de Fukushima, destruída no sismo e tsunami de março de 2011.
Isto não foi condenado pelo Governo chinês, que se opõe às descargas no oceano Pacífico, aprovadas pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenou na segunda-feira o lançamento de pedras contra a embaixada e escolas japonesas na China desde o início da descarga.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoshimasa Hayashi, referiu ter sido atirado um tijolo contra a embaixada.
Questionada sobre a veracidade destas afirmações, a embaixada do Japão confirmou que eram "geralmente precisas".
"Até à data, não houve manifestações nem violência, mas há algumas pessoas que, sozinhas, em frente à porta da embaixada, realizaram atos de assédio", disse o porta-voz.
Estes indivíduos "foram detidos" pelas forças de segurança chinesas posicionadas em frente à embaixada, acrescentou.
"Quanto a chamadas de assédio, recebemos todos os dias, principalmente aos fins de semana. É uma perda de tempo no nosso trabalho", lamentou.
No fim de semana, a embaixada japonesa pediu aos cidadãos que evitem falar alto em japonês e reforçou as medidas de segurança nas proximidades das escolas japonesas e das missões diplomáticas no país.
Tóquio também convocou o embaixador chinês no Japão, na segunda-feira, para protestar contra a onda de assédio por telefone que as empresas japonesas têm sofrido desde o início das operações de descarga.
No total, o Japão pretende libertar mais de 134 milhões de toneladas de água contaminada de Fukushima no oceano Pacífico até ao início da década de 2050, de acordo com o calendário atual.
Leia Também: Japão pede à China para travar assédio por causa de Fukushima
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com