Países da bacia do Nilo retomam negociações sobre barragem um ano depois

As negociações da controversa barragem do Nilo Azul, na Etiópia, foram retomadas hoje no Cairo entre Egito, Etiópia e Sudão para discutir o enchimento da infraestrutura, depois de as anteriores conversações terem sido suspensas em 2022 devido a desacordos.

Nilo Azul, barragem, Sudão

© Zacharias Abubeker/Bloomberg via Getty Images

Lusa
27/08/2023 14:21 ‧ 27/08/2023 por Lusa

Mundo

Diplomacia

"Uma nova ronda de negociações sobre a barragem do Renascimento teve início hoje no Cairo, com a participação de delegações de negociação do Egito, Sudão e Etiópia", informoi hoje a agência noticiosa estatal egípcia MENA.

O reinício das conversações, que se arrastaram durante anos sem que se chegasse a um acordo, ocorre um mês e meio depois de os três países que partilham a bacia do Nilo terem concordado em regressar à mesa das negociações para chegar a um acordo no prazo de quatro meses.

O ministro dos Recursos Hídricos e Irrigação egípcio, Hany Sewilam, sublinhou a importância de se chegar a "um acordo juridicamente vinculativo sobre as regras de enchimento e funcionamento da barragem", tendo em conta os interesses e preocupações dos três países, acrescentou a MENA.

"A continuação do enchimento e do funcionamento da barragem na ausência de um acordo é uma violação do pacto da Declaração de Princípios assinado em 2015", advertiu Sewilam, que reiterou a importância de "travar quaisquer passos" de enchimento unilateral.

A Etiópia considera a construção da chamada "Grande Barragem do Renascimento Etíope" vital para a sua economia, enquanto o Egito e o Sudão temem que esta afete os níveis de água do Nilo nas respetivas extensões, e exigem que Adis Abeba suspenda o seu enchimento até que seja alcançado um acordo sobre os mecanismos para o fazer.

Em 2015, os três países assinaram um acordo segundo o qual a barragem não deveria afetar a economia, o caudal do rio e a segurança alimentar de nenhum deles.

No entanto, nas negociações que decorreram desde então não chegaram a acordo, e o Egito e o Sudão acusaram o Governo etíope de ter realizado as sucessivas fases do enchimento unilateralmente, sem ter acordado os mecanismos para evitar possíveis efeitos na quantidade de água que lhes chega.

Leia Também: Egito e Etiópia concordam retomar negociações sobre barragem do Nilo

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