"A UE está preocupada com o facto de esta lei limitar a capacidade do Supremo Tribunal de proceder a revisões judiciais das decisões governamentais, enfraquecendo assim o seu papel e o controlo judicial", adiantou, em declarações à agência Lusa, a porta-voz do executivo comunitário para os Negócios Estrangeiros, Nabila Massrali.
A porta-voz afirmou ainda que o bloco europeu espera que seja possível "chegar a um compromisso que todos os cidadãos e partidos políticos israelitas possam aceitar".
Nabila Massrali referiu também que "os debates e manifestações em curso são um sinal de que também uma parte considerável da população israelita está preocupada com as reformas e de que Israel é uma democracia dinâmica".
O Knesst (parlamento israelita) aprovou na segunda-feira uma parte essencial da reforma judicial proposta pelo Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, apesar dos protestos de vários quadrantes políticos e sociais.
A votação ocorreu após uma sessão turbulenta, em que os deputados da oposição gritaram "Vergonha!", antes de abandonarem a sala, com a proposta do Governo a ser aprovada com 64 votos a favor e nenhum contra.
Após a votação parlamentar, e até à madrugada de hoje, milhares de pessoas manifestaram-se nas ruas, em vários pontos do país, em protesto contra a reforma judicial. Alguns dos protestos degeneraram em incidentes e confrontos com as forças de segurança, com o registo de dezenas de detenções.
O executivo liderado por Netanyahu é o Governo mais à direita da história de Israel.
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