A iniciativa foi organizada por um movimento de manifestantes que trabalham em empresas de tecnologia de ponta que se opõem frontalmente à aprovação, na segunda-feira, da lei que reforma o sistema judicial de Israel.
As capas de protestos foram publicadas nos jornais, Yediot Ahronot, The Marker, Haaretz, Calcalist e no jornal conservador Israel Hayom.
Todos os jornais imprimiram a mesma capa com a mesma frase seguida da data de hoje.
O Parlamente de Israel aprovou na segunda-feira, com os votos da coligação de direita, uma lei que permite ao Supremo Tribunal rever e revogar decisões governamentais.
A aprovação da lei é o primeiro grande passo da reforma judicial defendida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que tenta conferir mais poder ao governo em detrimento da separação de poderes.
Em resposta ao protesto publicado nas primeiras páginas dos jornais, o ministro da Segurança Nacional, o ultra conservador Itamar Ben Gvir, disse que não se trata de "um protesto popular" mas sim de "capas compradas por entidades estrangeiras que financiam as manifestações" que "estão a destruir o país".
Desde segunda-feira até à madrugada de hoje, milhares de israelitas manifestaram-se nas ruas, em vários pontos do país, em protesto contra a reforma da Justiça.
A manifestação mais participada decorreu em Tal Aviv, onde se concentram os protestos desde o ano passado.
Na segunda-feira, os manifestantes bloquearam uma estrada nacional e enfrentaram a polícia durante várias horas.
Nos confrontos 32 manifestantes ficaram feridos, 19 dos quais com gravidade, e dez polícias tiveram de receber tratamento médico.
Pelo menos 18 manifestantes foram detidos.
Paralelamente aos protestos nas ruas, a Associação de Médicos de Israel anunciou uma greve para hoje em protesto contra a reforma.
A decisão dos médicos ocorre pouco depois da Federação dos Sindicatos de Israel, Histadrut, ter anunciado que admite convocar uma greve geral.
O líder da oposição, Yair Lapid, disse que hoje vai recorrer ao Tribunal Supremo sobre a lei aprovada na segunda-feira no Parlamento e instou os manifestantes a manter os protestos porque a "batalha não terminou".
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