Ana Gomes analisou, este domingo, no seu espaço de comentário semanal na SIC Notícias, o caso das buscas à sede do PSD e à casa de Rui Rio, suspeitos do crimes como peculato e abuso de poderes, por alegado uso indevido de verbas públicas.
Para a socialista, "houve uma espécie de febre justicialista que atacou o Ministério Público (MP) porque a percepção que há é que esses dados poderiam ter sido facultados, quer pelo partido, quer por Rio, se tivessem sido pedidos". Ou seja, "é duvidoso que haja crime" neste caso.
"Ainda por cima falando-se de uma investigação que já começou há três anos e que só agora originou buscas, com estes meios desproporcionados, levando algumas televisões atrás, criando a percepção de que havia o intuito descredibilizador não só para os envolvidos, mas no fundo para a política em geral", realçou Ana Gomes, defendendo que o MP "nos habituou a grandes estardalhaços e resultados pífios".
"É claro que não sabemos o que é que o MP estava ao certo à procura. Há quem fale que há outras coisas, mas então não seria leal o comportamento do MP que deu cá para fora a informação de que se centrava nos tais contratos de assessores do partido que deveriam ser pagos pelo partido e não pelo Grupo Parlamentar. É muito difícil fazer essa destrinça porque a lei do financiamento dos partidos prevê todo o tipo de atividade e, especificamente, atividades político partidárias financiadas pelo horário público porque estamos a falar de financiamento do Estado e financiamentos que são importantes, que são devidos", explicou a antiga eurodeputada.
Perante tais buscas, Ana Gomes defende que o MP agora ou "tem de ir investigar os outros partidos que admitiram que seguiam as mesmas práticas ou a lei tem de ser clarificada".
Recorde-se que na primeira entrevista que deu após ser alvo de buscas, o ex-líder do PSD acusou o Ministério Público de intromissão política e insistiu numa reforma na justiça.
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