O presidente da Renamo, Ossufo Momade, repudiou hoje o homicídio de dois agentes da polícia moçambicana, na quarta-feira, um "crime brutal", e pediu uma investigação rigorosa e responsabilização dos autores.
"Este crime brutal atenta contra toda a sociedade e representa uma grave afronta ao Estado de Direito e à atuação dos profissionais de segurança pública, mas também nos convida a repensar a forma de ser e estar dos nossos agentes de segurança pública", avançou o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), numa nota publicada na sua conta oficial na rede social Facebook.
Em causa está o homicídio de dois agentes policiais, na manhã da quarta-feira, na cidade da Matola, arredores de Maputo, sul do país, sendo um inspetor principal da Polícia da República da Moçambique e um agente de investigação operativa da brigada do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).
Para Ossufo Momade, o crime representa um "ato de violência covarde" contra as vítimas, que perderam suas vidas "dedicadas à proteção da população e à busca pela justiça".
"Reforçamos o apelo para que as autoridades competentes investiguem rigorosamente o caso, identifiquem e responsabilizem os autores deste crime inaceitável", reiterou.
O líder da Renamo disse ainda que o "triste episódio" não pode ficar mais uma vez impune "como os outros casos", servindo antes para fortalecer a importância da valorização e da segurança dos agentes públicos "que se empenham diariamente no combate à criminalidade".
"Não podemos permitir que a impunidade prevaleça diante de atos tão graves. Exigimos Justiça para os agentes tombados a serviço da pátria", acrescentou.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou ainda na quarta-feira o homicídio de dois agentes, com 54 tiros, na quarta-feira, e ferimentos por bala de uma idosa, na Matola, cidade da província de Maputo, o segundo caso do género em menos de um mês.
"O comando provincial da PRM, em Maputo, vem por este meio informar a ocorrência de um homicídio agravado, registado na manhã de hoje [quarta-feira]", disse o porta-voz da corporação, Cláudio Ngulele.
De acordo com o porta-voz do comando provincial de Maputo, as vítimas foram bloqueadas na sua viatura por indivíduos desconhecidos, que seguiam em duas viaturas e que, "com recurso a armas de fogo do tipo AKM, efetuaram disparos" contra ambos.
"De acordo com os dados preliminares, foram efetuados cerca de 54 disparos, que tiveram como consequência dois óbitos", avançou.
O último caso do género aconteceu também na Matola, há três semanas, quando um agente da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da PRM foi morto com cerca de 50 tiros, no bairro Nkobe, por três indivíduos até ao momento não identificados.
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