Cereais? Putin diz que Rússia pode deixar acordo e nega carta de Guterres

Acordo expira no dia 17 deste mês. Putin faz ultimato.

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© GAVRIIL GRIGOROV/SPUTNIK/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
13/07/2023 18:48 ‧ 13/07/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, esta quinta-feira, que o país se deverá retirar do acordo que permite a exportação de cereais ucranianos através do Mar Negro. O chefe de Estado russo fez um ultimato e disse que tal não acontecerá apenas se as exigências do país forem atendidas.

"Podemos suspender a nossa participação no acordo", começou por dizer Putin, na televisão estatal russa, segundo cita a Reuters.

"Se todos, mais uma vez disserem que todas as promessas que nos foram feitas serão cumpridas, deixe-os cumprir essa promessa. Voltaremos imediatamente a este acordo", acrescentou.

Putin afirmou ainda que, até agora, a ONU não encontrou uma solução satisfatória para o acordo, que expira na segunda-feira, e negou ter recebido uma carta com propostas do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Recorde-se que foi ontem que o porta-voz de Guterres revelou que este tinha enviado uma carta ao presidente russo, com uma proposta para facilitar as exportações russas de alimentos e fertilizantes e de cereais ucranianos.

De acordo com Stéphane Dujarric, a carta foi enviada na terça-feira e o foco da proposta é "harmonizar a implementação vital do Memorando de Entendimento com a necessidade vital de manter a iniciativa dos cereais do Mar Negro".

"O objetivo é remover os obstáculos que afetam as transações financeiras através do Banco Agrícola da Rússia, uma grande preocupação expressa pela Federação Russa e, simultaneamente, permitir o fluxo contínuo de cereais ucranianos através do Mar Negro", indicou Dujarric.

Segundo o porta-voz, a carta foi entregue e estava a ser analisada pelas autoridades russas, com Guterres a deixar claro que estava disponível para falar com Putin.

De realçar que já na terça-feira o governo russo tinha dito que não havia razão para prorrogar o acordo porque os problemas para as suas próprias exportações não foram resolvidos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, atenuou mais tarde os comentários, salientando que o Ocidente ainda tem alguns dias para resolver os obstáculos.

As exigências da Rússia incluem a reintegração do seu banco agrícola, Rosselkhozbank, no sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, o desbloqueio da logística de transportes e dos seguros, o descongelamento de ativos e a reabertura do oleoduto de amoníaco Togliatti-Odessa, que explodiu a 05 de junho.

Segundo dados das Nações Unidas, desde que o acordo entrou em vigor, mais de 30 milhões de toneladas de cereais foram escoados a partir dos portos do sul da Ucrânia.

Leia Também: "Não existe uma perspetiva real de que Putin use armas nucleares"

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