Novo pacote de ajuda militar dos EUA incluirá munições de fragmentação
O Governo norte-americano fornecerá munições de fragmentação ('cluster') à Ucrânia num novo pacote de ajuda militar que deverá ser anunciado pelo Pentágono na sexta-feira, noticiou a agência Associated Press.
© DOMINIQUE FAGET/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A decisão surge apesar das preocupações generalizadas de que as controversas munições de fragmentação possam causar vítimas civis, segundo fontes próximas do dossier citadas pela mesma agência.
O Pentágono fornecerá munições com uma "taxa de insucesso" reduzida, o que significa que haverá muito menos cartuchos não detonados que podem resultar em mortes não intencionais de civis.
Autoridades norte-americanas disseram hoje que o próximo pacote de assistência militar à Ucrânia deverá ascender a 800 milhões de dólares (735 milhões de euros).
Há muito procuradas pela Ucrânia, as munições de fragmentação libertam submunições que se espalham por uma grande área e visam causar destruição em vários alvos ao mesmo tempo.
Segundo a AP, autoridades e outros funcionários familiarizados com a decisão não foram autorizados a discutir publicamente a decisão antes do anúncio oficial e falaram sob condição de anonimato.
As autoridades ucranianas pediram essas armas de forma a alavancar a sua campanha para passar pelas linhas de tropas russas, na contra-ofensiva em andamento.
As forças russas já usam munições 'cluster' no campo de batalha, disseram autoridades dos Estados Unidos.
Autoridades norte-americanas disseram hoje que a taxa de munições não detonadas do tipo de munições que irá para a Ucrânia é inferior a 3% e, portanto, significará menos ameaças para os civis.
As munições de fragmentação podem ser disparadas pela artilharia que Washington forneceu à Ucrânia, e o Pentágono tem um grande stock das mesmas.
O último uso em larga escala de munições de fragmentação por parte dos Estados Unidos foi durante a invasão do Iraque, em 2003, de acordo com o Pentágono.
Mas as forças norte-americanas consideraram essas munições uma arma-chave durante a invasão do Afeganistão, em 2001, de acordo com a Human Rights Watch.
Nos primeiros três anos desse conflito, estima-se que a coligação liderada pelos Estados Unidos tenha lançado mais de 1.500 bombas 'cluster' no Afeganistão.
Os defensores da proibição das armas de fragmentação dizem que elas matam indiscriminadamente e colocam civis em perigo muito tempo depois do seu uso e algumas ONG alertaram para as consequências da utilização dessas munições pela Rússia na Ucrânia.
Uma convenção que proíbe o uso de bombas de fragmentação foi acompanhada por mais de 120 países que concordaram em não usar, produzir, transferir ou armazenar as armas e destruí-las depois de usadas.
Os Estados Unidos, Rússia e a Ucrânia estão entre os países que não assinaram essa convenção.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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